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Exilados iraquianos ajudarão EUA
DO "THE NEW YORK TIMES"
O Pentágono começou a enviar
um grupo de exilados iraquianos
a Bagdá para que faça parte do governo provisório norte-americano no Iraque ocupado, disseram
anteontem fontes do governo.
Os exilados, alguns dos quais
são atualmente cidadãos dos EUA
ou de países europeus, têm experiência administrativa ou governamental e devem ocupar postos
nos 23 ministérios iraquianos.
Trabalharão com as equipes
compostas por americanos e britânicos sob o comando de Jay
Garner, o general reformado responsável pela administração civil
do Iraque pós-Saddam.
O grupo foi formado dois meses
atrás e já vem trabalhando nos
EUA. São engenheiros, administradores civis e outros profissionais, alguns dos quais serviram no
governo iraquiano nos anos 70 e
80, antes de deixar o país.
A tarefa dos exilados, organizados na forma de um Conselho Iraquiano de Reconstrução e Desenvolvimento, será reconstruir as
estruturas de um governo que seria entregue, no prazo de algumas
semanas, a uma autoridade interina iraquiana.
De acordo com os planos dos
EUA, essa autoridade interina iraquiana governaria o país, sob supervisão dos EUA, até a realização
de eleições, que podem, no entanto, demorar até dois anos.
Amanhã, deverá ocorrer, em
Bagdá, uma reunião entre Garner
e líderes políticos e religiosos iraquianos para discutir a reconstrução política do Iraque.
Um consenso no seio do governo americano favorece "um avanço rápido de preferência ao lento"
na formação de um governo de
iraquianos, disse um importante
funcionário norte-americano, em
parte "porque queremos remover
a aparência de que essa é uma
operação dos Estados Unidos".
A equipe de tecnocratas iraquianos foi selecionada pelo secretário assistente da Defesa Paul
Wolfowitz, mas oficialmente trabalha para uma empresa de defesa contratada, a SAIC.
Está sob o comando de Emad
Dhia, engenheiro que deixou o
Iraque 21 anos atrás. Entre os 150
que integram a equipe, pelo menos dez, incluindo Dhia, partiram
para o Kuait na sexta-feira. Pelo
menos 25 devem chegar a Bagdá
no final da semana. Dhia, que está
de licença de seu emprego no grupo farmacêutico Pfizer, baseado
em Michigan, descreveu a missão
da equipe como "uma tarefa
imensa". "É algo com que sempre
sonhamos", acrescentou.
Ministério do Petróleo
Depois de afirmar por meses
que deixaria os iraquianos cuidarem de seu petróleo, o governo
Bush deve anunciar, nos próximos dias, um plano que colocará
a produção diária do produto sob
a responsabilidade de alguns funcionários graduados do Ministério do Petróleo iraquiano, segundo pessoas que conversaram com
representantes do governo e antigos funcionários da burocracia
petroleira iraquiana.
Segundo essas fontes, os EUA
querem desenvolver uma estrutura de base empresarial para o setor petrolífero iraquiano, sob a
administração do general Garner.
Uma equipe de quatro ou cinco
executivos iraquianos dirigiria o
ministério, com um deles funcionando "mais ou menos como
chefe", segundo plano cujas linhas gerais foram reveladas sexta-feira em uma reportagem do
"The Wall Street Journal".
O executivo-chefe do ministério
se reportaria a, e talvez seja parte
de, um comitê consultivo que incluiria outros funcionários iraquianos do setor, além de americanos e britânicos. O objetivo, de
acordo com informações não
confirmadas, é que os iraquianos
sejam maioria no comitê.
O comitê consultivo seria presidido por Philip Carroll, ex-executivo da Royal Dutch/Shell. Ele, por
sua vez, se reportaria a Garner, diretor do Escritório para a Administração e Ajuda Humanitária
(Erah), responsável pela administração civil do Iraque.
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