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Consumidores valorizam "gay-friendly"
DE NOVA YORK
Com uma capacidade de compra prevista para US$ 609 bilhões
em 2007, não demorou para que a
cada vez mais organizada e atuante comunidade gay norte-americana descobrisse também seu poder de fogo no comércio.
Assim, como já ocorria antes
em relação a ecologia e mulheres,
consumidores começam a prestar
atenção à posição de uma empresa quanto aos direitos dos homossexuais na hora de gastar.
Passam no teste as companhias
com políticas batizadas de "gay-friendly", ou favoráveis aos homossexuais. São as chamadas
marcas GLSBT, sigla do movimento para gays, lésbicas, simpatizantes, bissexuais e transgêneros. Os quesitos vão de pequenas
ações, como o fato de uma empresa doar ou não dinheiro para
ONGS de direitos civis, até a maneira como casais homossexuais
são tratados pelo seu RH.
Segundo pesquisa divulgada no
começo do mês em Nova York,
47% dos consumidores GLSBT
ouvidos disseram preferir comprar produtos de empresas que
apoiam abertamente o movimento ou que pelo menos não demonstram preconceito, contra
apenas 18% dos heterossexuais
que têm a mesma preocupação.
O levantamento foi feito pelo
instituto de pesquisas Harris Interactive e pela empresa de marketing Witeck-Combs com 2.023
adultos espalhados pelo território
norte-americano, dos quais 6% se
declararam homossexuais.
É entre estes que vêm as conclusões mais surpreendentes. Por
exemplo: a maioria diz que se sente mais à vontade quando é atendida por pessoal que é abertamente homossexual e cita entre as
empresas em que isso acontece
nomes conhecidos como a companhia aérea American Airlines, a
fabricante de cerveja Coors e a gigante da informática IBM.
Uma boa relação com a comunidade gay influencia o grupo em
decisões de compra e contratação
de serviços nas áreas financeira
(56%), de saúde (51%), de casas e
automóveis (49%), de supermercado e produtos farmacêuticos
(42%) e de computadores (42%).
"A percepção de que uma empresa dá abertura e oportunidades iguais para homossexuais importa cada vez mais para o consumidor GLSBT", disse o presidente
da Witeck, Wesley Combs.
Para ele, as companhias que optarem por deixar seus funcionários homossexuais que lidam com
o público mais visíveis e motivados podem acabar lucrando mais
com a fatia gay do que tendo prejuízo com a fatia heterossexual ou
conservadora.
Com ele concorda Joseph Bertolotti, diretor de programas da
GLBT Sales and Talent, empresa
criada justamente para dar assessoria sobre o assunto para o companhias interessadas em atrair este tipo de consumidor. "O resultado desta pesquisa só legitima o fato de uma empresa como a IBM,
por exemplo, ter criado uma equipe para lidar com o mercado
GLSBT há dois anos", disse.
(SD)
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