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Oposição diz que medida é meio para instalar "ditadura populista"
DA REDAÇÃO
Membros da oposição disseram ontem que o referendo para convocar novas eleições seria uma maneira de Uribe instituir uma "ditadura populista"
na Colômbia, além de não resolver a questão da ilegalidade
na aprovação da emenda que
permitiu sua reeleição.
"O doutor Uribe usa o povo
como um ditador usaria o Exército ou a polícia. Está inaugurando uma ditadura populista",
disse Carlos Gaviria, presidente do opositor Pólo Democrático Alternativo, derrotado por
Uribe nas eleições de 2006.
Apesar das denúncias contra
ele e membros da sua base de
apoio no Congresso, Uribe, graças principalmente a seu sucesso no combate à violência, desfruta de uma altíssima aprovação popular, da ordem de 80%,
o que indica que conseguiria fáceis vitórias tanto no referendo
quanto na repetição da eleição.
"Geralmente, os tiranos buscam plebiscitos para legitimarem seus atos, coisa que o presidente está tentando fazer com
o referendo. Mas isso não muda
o que já aconteceu, que foi que a
reeleição se construiu a partir
de um crime", disse o senador
Gustavo Petro, responsável pelas denúncias iniciais que revelaram o escândalo da parapolítica -as suspeitas de envolvimento de um terço do Congresso com grupos paramilitares.
Para oposicionistas, essas
suspeitas são outro senão para
a realização do referendo. "O
presidente recorre a um mecanismo excepcional, passando
por um Congresso cuja legitimidade está em dúvida", disse o
ex-ministro Jaime Castro.
Outro adversário de Uribe
em 2006, Antanas Mockus, disse que ele deveria renunciar. "O
ato legislativo que possibilitou
a reeleição nasceu viciado, e isso nos põe ante um cenário que
nem a lei nem a Constituição
prevêem. A única saída é a renúncia do presidente."
Com agências internacionais
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