|
Próximo Texto | Índice
SUCESSÃO NOS EUA / EM BUSCA DO TERRENO PERDIDO
McCain tenta usar viagem contra Obama
Após exitoso giro de democrata pelo exterior, republicano lança anúncio o criticando por não visitar soldados feridos
Segundo campanha de Obama, visita seria vista como ato político; para McCain, proibição a câmeras foi motivo de cancelamento
DA REDAÇÃO
A campanha do candidato republicano à Casa Branca, John
McCain, lançou um anúncio de
TV que tenta explorar negativamente o fato de seu rival, Barack Obama, ter cancelado uma
visita a soldados feridos durante a escala alemã de seu recém-concluído giro pela Europa e
pelo Oriente Médio.
O anúncio de McCain diz que
Obama "encontrou tempo para
ir fazer exercícios, mas cancelou uma visita a soldados feridos". Segundo o comercial, o
cancelamento ocorreu "porque
o Pentágono não permitiu que
ele trouxesse câmeras".
Obama diz que cancelou a visita ao Centro Médico Landstuhl porque sua viagem à Europa foi financiada pela campanha e ele não queria passar a
impressão de que a visita tinha
cunho político. "Seria impróprio visitar soldados em uma
instalação militar americana
como parte de uma viagem financiada pela campanha", explicou o diretor de comunicação de Obama, Robert Gibbs.
McCain rebateu: "Visitar nossos homens e mulheres das
Forças Armadas nunca é impróprio. Esses soldados teriam
adorado vê-lo, e não sei de nenhuma determinação do Pentágono que impedisse a visita".
Além do anúncio e das críticas do próprio candidato, a
campanha de McCain divulgou
uma nota assinada pelo militar
da reserva Joe Repaya, que diz:
"Para um jovem que quer ser
presidente, Barack Obama julgou muito mal as importantes
demandas do cargo que ele busca ocupar. Visitas a líderes
mundiais e discursos a europeus exultantes não deveriam
estar acima de dar conforto a
heróis americanos feridos".
Balanço positivo
A ofensiva sobre a visita cancelada é uma tentativa do republicano de conseguir tirar algum proveito de uma viagem
que, ao menos em termos de
imagem, só teve lados positivos
para Obama. Ele não cometeu
nenhuma gafe, como esperava
a campanha de McCain, e ainda
teve um público de 200 mil pessoas assistindo a um discurso
seu em Berlim -os "europeus
exultantes" aos quais se referiu
o militar que apóia McCain.
Obama qualificou de "muito
bom" o resultado de sua turnê,
encerrada no sábado com um
encontro com o premiê britânico, Gordon Brown. "Em termos
de governar, de ser um presidente efetivo, essa viagem foi
de grande ajuda. Estabeleci relações e criei laços de confiança
com líderes-chave de todo o
mundo, que tomaram nota de
minhas posições e de como eu
opero", disse. Um dos principais objetivos da viagem de
Obama foi afastar a impressão
de que ele tem pouca experiência em política externa.
O candidato minimizou as
análises de que a viagem ao exterior tem pouca, ou até negativa, repercussão entre os eleitores americanos -Obama lidera
as pesquisas, mas sua distância
sobre McCain, hoje de cinco
pontos na média dos levantamentos, já foi maior.
"Uma semana focando assuntos internacionais não se
traduz necessariamente em
uma subida nas pesquisas, porque as pessoas, naturalmente,
estão mais preocupadas com a
economia. E é sobre isso que
nós vamos falar agora", afirmou o democrata no primeiro
evento no retorno aos EUA.
Com agências internacionais
NA INTERNET
www.youtube.com/watch?v=49hC9TpP-rY&e
Veja o anúncio de McCain
Próximo Texto: Raúl foca discurso em defesa e crise global Índice
|