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Raúl foca discurso em defesa e crise global
Fala em dia comemorativo frustra expectativa de anúncios de novas medidas liberalizantes em Cuba
DA REDAÇÃO
O máximo dirigente cubano,
Raúl Castro, frustrou as expectativas de quem esperava o
anúncio de novas medidas liberalizantes, em discurso comemorativo aos 55 anos da tentativa frustrada de tomada de
dois quartéis em Santiago de
Cuba. Raúl preferiu usar o discurso para alertar sobre as dificuldades que a crise global pode trazer a Cuba e assegurar
que não descuidará da defesa,
"independentemente de quem
ganhar as eleições nos EUA".
A tentativa de tomada dos
quartéis de Moncada e Carlos
Manuel de Céspedes é considerada o marco inicial do movimento que culminaria na revolução de 1959 e tradicionalmente motiva um dos discursos mais importantes do ano no
país. O 26 de julho de 2006
marcou a última aparição em
público do irmão e antecessor
de Raúl, Fidel Castro.
Esperava-se que Raúl aproveitasse a oportunidade para
dar seqüência às reformas que
vem anunciando desde que assumiu, em fevereiro. Entre as já
implementadas estão a permissão para o uso de celulares e outros eletrônicos, a reforma no
sistema salarial da ilha e a relativa liberalização do uso da terra e da venda da sua produção.
Após acusar os países ricos
de adotarem uma postura suicida em relação à crise mundial, Raúl atacou a política americana de incentivo à produção
de biocombustíveis, mas sem
especificar se apenas os com
base no milho.
A menção à manutenção da
política de defesa e à relação
com os Estados Unidos foi feita
alguns dias após Cuba ser envolvida em uma polêmica que
remete ao auge da Guerra Fria.
Na última segunda, um jornal
da Rússia afirmou que Moscou
estudava instalar bases para
bombardeiros com capacidade
nuclear em Cuba.
Ainda na segunda, o novo comandante da Força Aérea dos
EUA, general Norton Schwartz,
disse que a medida ultrapassaria "a linha vermelha", e, na
quinta, o ministro da Defesa
russo negou a notícia. Em artigo publicado na quarta-feira,
Fidel elogiou Raúl por não se
envolver na polêmica. Ele não
abordou o assunto no discurso.
Com agências internacionais
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