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SUCESSÃO NOS EUA / POLÍTICA REGIONAL
Democrata vê Brasil como parceiro-chave, diz assessor
Daniel Restrepo, porém, não lembra de ter sido indagado por Obama sobre o país
Conselheiro, o principal do candidato para a América Latina, participa de fórum sobre negócios na região e cita vinda de presidenciável
DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A DENVER
Após evento ontem sobre negócios com a América Latina,
Daniel Restrepo, principal conselheiro de Barack Obama para
a região, disse a jornalistas que
o candidato democrata à Casa
Branca vê no Brasil um "parceiro importante" e um exemplo
na produção de biodiesel e na
atuação militar no Haiti, onde
lidera a missão de paz da ONU.
Contudo, indagado sobre o
que Obama costuma lhe perguntar a respeito do país, Restrepo pensou por instantes e
declarou: "Não me recordo de
algo específico no momento".
No fórum organizado pelo
Conselho Econômico Interamericano, ao qual compareceram embaixadores como o brasileiro Antonio Patriota, Restrepo foi questionado se os países latino-americanos são, de
fato, prioridade na preparação
do candidato à Casa Branca.
"Obama já esteve na América
Latina?", indagou um participante. "Essa é a pergunta errada", rebateu Restrepo, dizendo
que George W. Bush foi o presidente que "passou mais tempo"
na região e que isso não se traduziu em vantagens. "Obama
irá assim que for possível."
Restrepo é cotado para assumir uma embaixada na região
se o democrata vencer. "Obama
é guiado por um princípio muito simples: o que é bom para as
Américas é bom para os Estados Unidos da América", disse.
Antes de discursar, Restrepo
repetiu à Folha o que havia dito a embaixadores: o senador
incluirá o Brasil em sua viagem
latino-americana. "Dificilmente isso acontecerá antes da eleição. Mas Obama irá ao Brasil
[se vencer John McCain]."
O assessor afirmou ainda que
Obama, se presidente, pretende discutir com Brasília soluções para energia e aquecimento global. "É preciso uma conversa constante para tratar dos
desafios nessas áreas."
Restrepo declarou que os
EUA devem "assistir" os governos latinos "provendo material
para segurança" e também que
Obama está "comprometido
com a reforma imigratória".
Segundo Frank Sanchez, outro conselheiro de Obama para
política externa presente no fórum, o democrata "apoiará tratados de livre comércio futuros, desde que beneficiem as
duas partes" -o candidato já se
posicionou tanto contra como
a favor de acordos do tipo.
Quanto às relações com Cuba, Restrepo reiterou o compromisso de Obama de facilitar
a relação familiar dos imigrantes. O democrata defende o fim
do limite de remessas à ilha
(hoje cada cubano-americano
só pode mandar pequenas
quantias e apenas para parentes) e a restrição de visitas ao
país (atualmente, apenas uma
vez a cada três anos). "Essa política é desumana. Os psicólogos a chamariam de insana."
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