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Sem aceitação nem recursos, Abkházia e Ossétia do Sul são inviáveis como países
DA REDAÇÃO
O reconhecimento por Moscou da independência da Abkházia e da Ossétia do Sul esbarra na inviabilidade desses
dois encraves como Estados reconhecidos e sustentáveis.
A Rússia quer devolver com a
mesma moeda o reconhecimento há seis meses da independência de Kosovo, Província de sua aliada Sérvia, pelos
Estados Unidos e outros 45 dos
192 países-membros da ONU.
Mas nenhum outro país sinalizou ontem que reconheceria a
independência da Abkházia e
da Ossétia do Sul. Moscou espera contar com aliados como
Síria, Irã e Venezuela, mas a
formalização desse apoio está
condicionada a projetos econômicos ainda indefinidos.
"Ao contrário dos EUA, que
encontraram apoio ao reconhecimento de Kosovo, ninguém seguirá Moscou", disse o
analista russo Fiodor Loukianov ao "Monde".
De qualquer maneira, assim
como Kosovo não obteve assento na ONU e funciona como
um protetorado americano-europeu, a independência não deve mudar muita coisa para a
Ossétia do Sul e a Abkházia. Os
dois territórios continuarão na
prática assimilados à Rússia.
Pelo menos 90% dos abkházios
e ossetianos têm passaporte
russo -muitos votaram no
pleito presidencial de março.
Analistas apostam que o objetivo da Rússia é integrar as
duas regiões ao seu território
-idéia respaldada pela maioria
dos abkházios e ossetianos.
Mas Moscou não se pronunciou sobre essa possibilidade,
que equivaleria à anexação de
parte do território georgiano.
As duas regiões usam principalmente a moeda russa (rublo) e carecem de recursos.
Com seu litoral e clima ameno,
a Abkházia atrai visitantes, mas
não em número suficiente para
viver de turismo. A região também tem produção agrícola
-frutas e tabaco-, embora
modesta. Já a Ossétia do Sul
não produz quase nada e importa a maior parte dos bens
que consome da Ossétia do
Norte, na Rússia.
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