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São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Dezenas de milhares de pessoas vão às ruas de Londres; metade dos britânicos quer a renúncia de Blair

Ativistas retomam marchas contra a Guerra do Iraque

DA REDAÇÃO

No dia em que umas nova pesquisa de opinião indica que metade dos britânicos quer a renúncia do premiê Tony Blair, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de Londres para protestar contra a ocupação iraquiana, na primeira grande manifestação antiguerra desde as marchas de fevereiro e março, que mobilizaram milhões de ativistas pelo mundo. Os atos antiguerra também mobilizaram manifestantes ontem na Grécia, na Turquia e na Coréia do Sul.
Os ativistas não aceitam a justificativa apresentada para a Guerra do Iraque por Blair e pelo presidente dos EUA, George W. Bush: o perigo das supostas armas de destruição em massa do regime de Saddam Hussein. Tal arsenal até hoje não foi encontrado pelas forças de ocupação.
"Os britânicos têm o direito de saber a verdade sobre os eventos que levaram à guerra ilegal no Iraque. Este é apenas o primeiro de uma série [de protestos]", disse Kate Hudson, do grupo Campanha pelo Desarmamento Nuclear.
Gritando "Bush e Blair tem de sair", os londrinos cruzaram o centro da capital britânica, até a praça Trafalgar, um dos principais pontos turísticos da cidade e onde foi realizado um comício.
Munidos de apitos e tambores, os manifestantes levaram cartazes com frases como "Guerra do Iraque: ilegal, imoral e ilógica" e "George Bush, Tio Sam, Iraque será o seu Vietnã".
Estimativas da polícia indicavam a presença de 20 mil pessoas no começo da marcha -outros milhares de manifestantes chegavam à praça Trafalgar ao longo da tarde. A intensão dos organizadores era reunir 100 mil pessoas.
Ainda ontem, cerca de 3.000 pessoas protestaram em frente à Embaixada dos EUA em Atenas. Também houve manifestação na ilha de Creta, onde os EUA mantêm uma base naval.
Em Seul, mais de 5.000 pessoas marcharam contra o possível envio de tropas ao Iraque. Essa também foi a motivação para o protesto de 4.000 turcos em Ancara.

Pressão sobre Blair
Pesquisa divulgada pelo jornal "Financial Times" indica a crescente insatisfação da população britânica contra o trabalhista Tony Blair. O levantamento do instituto Mori mostra que 50% dos britânicos querem que o primeiro-ministro entregue seu cargo -39% defendem sua manutenção no posto.
A rejeição ao trabalho do premiê atingiu 64%, segundo a pesquisa, que ouviu cerca de 2.000 pessoas, entre 11 e 16 de setembro. É o índice mais alto de desaprovação na série do Mori desde que Blair chegou ao poder, em 1997.
Questionados sobre qual característica do premiê mais se destaca atualmente, 43% dos entrevistados disseram que ele "perdeu o contato com as pessoas comuns".
A pesquisa sugere que o envolvimento britânico na invasão do Iraque é o principal responsável pela desaprovação a Blair, já que o tema "assuntos externos e de defesa" é apontado como a questão mais importante para o país hoje.
A insatisfação com Blair é um pouco mais alta do que a registrada nos EUA em relação a Bush -o índice de rejeição ao presidente americano é de 45%, segundo pesquisa publicada no diário "The Wall Street Journal".


Com agências internacionais

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