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IRAQUE OCUPADO
Dezenas de milhares de pessoas vão às ruas de Londres; metade dos britânicos quer a renúncia de Blair
Ativistas retomam marchas contra a Guerra do Iraque
DA REDAÇÃO
No dia em que umas nova pesquisa de opinião indica que metade dos britânicos quer a renúncia
do premiê Tony Blair, dezenas de
milhares de pessoas foram às ruas
de Londres para protestar contra
a ocupação iraquiana, na primeira grande manifestação antiguerra desde as marchas de fevereiro e
março, que mobilizaram milhões
de ativistas pelo mundo. Os atos
antiguerra também mobilizaram
manifestantes ontem na Grécia,
na Turquia e na Coréia do Sul.
Os ativistas não aceitam a justificativa apresentada para a Guerra do Iraque por Blair e pelo presidente dos EUA, George W. Bush:
o perigo das supostas armas de
destruição em massa do regime
de Saddam Hussein. Tal arsenal
até hoje não foi encontrado pelas
forças de ocupação.
"Os britânicos têm o direito de
saber a verdade sobre os eventos
que levaram à guerra ilegal no Iraque. Este é apenas o primeiro de
uma série [de protestos]", disse
Kate Hudson, do grupo Campanha pelo Desarmamento Nuclear.
Gritando "Bush e Blair tem de
sair", os londrinos cruzaram o
centro da capital britânica, até a
praça Trafalgar, um dos principais pontos turísticos da cidade e
onde foi realizado um comício.
Munidos de apitos e tambores,
os manifestantes levaram cartazes
com frases como "Guerra do Iraque: ilegal, imoral e ilógica" e
"George Bush, Tio Sam, Iraque
será o seu Vietnã".
Estimativas da polícia indicavam a presença de 20 mil pessoas
no começo da marcha -outros
milhares de manifestantes chegavam à praça Trafalgar ao longo da
tarde. A intensão dos organizadores era reunir 100 mil pessoas.
Ainda ontem, cerca de 3.000
pessoas protestaram em frente à
Embaixada dos EUA em Atenas.
Também houve manifestação na
ilha de Creta, onde os EUA mantêm uma base naval.
Em Seul, mais de 5.000 pessoas
marcharam contra o possível envio de tropas ao Iraque. Essa também foi a motivação para o protesto de 4.000 turcos em Ancara.
Pressão sobre Blair
Pesquisa divulgada pelo jornal
"Financial Times" indica a crescente insatisfação da população
britânica contra o trabalhista
Tony Blair. O levantamento do
instituto Mori mostra que 50%
dos britânicos querem que o primeiro-ministro entregue seu cargo -39% defendem sua manutenção no posto.
A rejeição ao trabalho do premiê atingiu 64%, segundo a pesquisa, que ouviu cerca de 2.000
pessoas, entre 11 e 16 de setembro.
É o índice mais alto de desaprovação na série do Mori desde que
Blair chegou ao poder, em 1997.
Questionados sobre qual característica do premiê mais se destaca atualmente, 43% dos entrevistados disseram que ele "perdeu o
contato com as pessoas comuns".
A pesquisa sugere que o envolvimento britânico na invasão do
Iraque é o principal responsável
pela desaprovação a Blair, já que o
tema "assuntos externos e de defesa" é apontado como a questão
mais importante para o país hoje.
A insatisfação com Blair é um
pouco mais alta do que a registrada nos EUA em relação a Bush
-o índice de rejeição ao presidente americano é de 45%, segundo pesquisa publicada no diário
"The Wall Street Journal".
Com agências internacionais
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