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Desinibidos, marqueteiros dos EUA já criaram até seu Oscar, os Pollie Awards
DE WASHINGTON
A profissão de publicitário de
anúncios negativos é tão estabelecida e ligada às eleições
presidenciais norte-americanas que há até mesmo um prêmio que os pares se entregam,
os "Pollie Awards" -"Pollie"
sendo contração de "Political",
político em inglês, e "awards",
prêmios. Da estrutura ao apelido, tentam emular o espírito do
Oscar, com tapete vermelho e
discursos de agradecimento.
O evento anual, que realizou
sua 17ª edição em março em
Santa Mônica, na Califórnia, é
bancado pela Associação Americana de Consultores Políticos. A maneira com que tratam
as atividades de seus profissionais e o cardápio de atividades
que oferecem é tão direto e sem
embaraços que flerta com o humor involuntário.
Entre as palestras dadas na
última edição, por exemplo, estavam "Os dez mandamentos
do comentarista político", por
Robert Stern, presidente do californiano Centro de Estudos
Governamentais. Entre eles,
"Sempre responda às ligações
telefônicas, ou os repórteres
deixam de ligar para você", "Se
estiver na TV, dê respostas curtas" e "Sinta se a resposta deve
ser contra ou a favor".
Outra mesa-redonda trazia o
título de "Calling Out the "Do
Not Call List'" (telefonando para a lista do "não me ligue') -o
governo dos EUA oferece tal
serviço para assinantes de listas telefônicas que não querem
que seu número faça parte das
listagens usadas por políticos
em época de eleição.
Mas o filé é reservado para a
cerimônia de entrega. As categorias vão de "placa de jardim"
ao equivalente local de "santinhos", passando por "melhor
uso de aspecto negativo -categoria televisão".
Nessa última categoria, a
menção honrosa foi a peça
"Obrigado, diretores de sindicato", em que atores interpretam trabalhadores que fazem
críticas disfarçadas de elogios.
(SD)
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