São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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País estuda fusão nuclear, anuncia Teerã

DA REDAÇÃO

Em novo lampejo verbal recebido com uma mistura de incredulidade e desconfiança pela comunidade internacional, o Irã anunciou ontem estar estudando há cinco anos planos para a fusão nuclear.
A "fusão", ("reação nuclear em que núcleos leves reagem para formar outro mais pesado, com grande desprendimento de energia", diz o "Aurélio") não é ainda uma técnica economicamente rentável para finalidades pacíficas, por consumir uma quantidade de energia bem maior que a gerada.
Desde o ano passado, há um consórcio internacional -integrado por EUA, China, Japão, União Européia, Índia e Coréia do Sul- que trabalha na produção de um reator termonuclear experimental. O projeto, chamado Iter, tem como sede Cadarache (sul da França). Se tudo der certo, o reator experimental estará funcionando apenas em 2040.
As pesquisas em fusão foram anunciadas por Sadat Hosseini, que dirige o departamento técnico do Centro de Pesquisa Nuclear da Organização Iraniana de Energia Atômica. Ele não detalhou o programa nem as razões que o levaram a anunciar sua existência.
Hosseini declarou à TV oficial que "os cientistas nucleares iranianos estão competindo com os centros mais avançados do mundo na produção de energia nuclear por meio da fusão".
Esse processo difere da "fissão" ("em que um núcleo atômico, geralmente pesado, se divide em duas partes de massas comparáveis, emitindo nêutrons e liberando grande quantidade de energia", segundo ainda o "Aurélio"), usada correntemente por reatores termonucleares em atividades comerciais.
Ainda ontem, o porta-voz do governo iraniano, Hossein Elham, disse que seu país não tinha planos de aceitar a transferência do processo de enriquecimento de urânio (tecnologia mais rudimentar) a uma empresa binacional com sede na Rússia.
Essa seria uma solução aceita pelos integrantes do Conselho de Segurança da ONU, onde o programa nuclear do Irã é objeto de deliberações.

Negação do Holocausto
Em entrevista à revista alemã "Der Spiegel", o presidente iraniano, Mahmoud Amhadinejad, voltou a pôr em dúvida a existência do Holocausto e argumentou novamente que, se ele existiu, os países europeus deveriam compensar os judeus em lugar de fazê-los "ocupar" as terras palestinas.


Com agências internacionais


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