São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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Chanceler do Hamas rejeita plebiscito

Para Zahar, grupo tampouco reconhecerá Israel, condição dada por Abbas para não haver a consulta

DA REDAÇÃO

O Hamas não irá reconhecer a existência de Israel nem retornar às negociações de paz, afirmou ontem o ministro palestino das Relações Exteriores, Mahmoud Zahar, durante viagem à Malásia.
Zahar, que é também um dos líderes do grupo terrorista, acrescentou que um plebiscito sobre o tema, como propõe Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, é "perda de tempo e dinheiro".
"Ninguém pode confiar em Israel. Ninguém pode confiar nos Estados Unidos. A América está sufocando o nosso povo", declarou. O Hamas, cujo braço político detém a maioria no Parlamento palestino, prega a destruição de Israel.
"Nós não temos medo de um plebiscito. Mas é uma perda de tempo e de dinheiro. Um processo como esse exige dinheiro", afirmou.
Presente à Malásia por ocasião de um congresso, o ministro palestino passou por constrangimento ao descobrir que Farak Kaddoumi, integrante do grupo rival Fatah, de Abbas, também fora convidado para o encontro. Em represália, Zahar faltou ao congresso.
"Não posso ficar lado ao lado com um homem que não está representando o governo palestino. Ele [Kaddoumi] está fazendo jogo sujo", declarou. O integrante do Fatah, em resposta, ironizou: "Disse a ele que iria treiná-lo [a trabalhar com diplomacia]. Ele é um homem jovem. Não tem experiência".
O Hamas e o Fatah passaram recentemente por uma crise que levou a um confronto entre forças de segurança palestinas e membros do grupo terrorista nas ruas da faixa de Gaza, deixando um saldo de dez mortos.
"Ninguém está negando que há uma grande divisão [entre o Hamas e o Fatah]. Mas quem é o juiz? As pessoas votaram no Hamas como represente delas [no Parlamento]", disse Zahar.

Prisão
Soldados israelenses prenderam ontem perto de Nablus, na Cisjordânia, dois militantes palestinos que supostamente fariam um atentado suicida. Dentro da bolsa que carregavam foi encontrada uma bomba de 7 kg que continha pregos e pedaços de metal. O Exército israelense reforçou a segurança na Cisjordânia após informações sobre a possibilidade de um atentado suicida.
Também ontem, a filha do primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, foi detida ao tentar visitar seu noivo, em uma prisão no sul de Israel, usando uma identidade falsa.
Haola Haniyeh foi levada a uma delegacia para interrogatório e depois foi liberada. O porta-voz do governo palestino afirmou que provavelmente seu pai não tinha conhecimento da viagem à prisão.


Com agências internacionais


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