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ORIENTE MÉDIO
Depois de 4 dias de cerco, prédio é arrasado
Após explodir QG palestino, Israel não encontra corpos de militantes
DA REUTERS
Com duas grandes explosões, a
primeira na noite de sexta-feira e
a segunda na madrugada de sábado, o Exército israelense destruiu
totalmente o QG da polícia palestina em Hebron, cercado há quatro dias sob o argumento de que
15 militantes palestinos buscados
por Israel estariam no local.
Até o fechamento desta edição,
não se sabia o destino dos 15 homens. Após buscas iniciais, nenhum corpo foi encontrado nos
escombros do edifício, situado
em uma colina de Hebron, uma
das sete cidades da Cisjordânia
reocupadas pelo Exército israelense em resposta à morte de 26
israelenses em atentados há pouco mais de uma semana.
"Esta destruição, sem levar em
conta a possibilidade de haver feridos dentro do quartel, prova a
brutalidade da ocupação", disse o
ministro da Informação palestino, Iasser Abed Rabbo. As duas
explosões, provocadas por cerca
de duas toneladas de explosivos,
provocaram um grande incêndio
e quebraram os vidros de casas
palestinas próximas ao QG.
"Foi como um terremoto. Os vidros estouraram e fui jogada ao
chão. As crianças começaram a
chorar", disse Raid Hamedi, 23,
que mora a 200 metros do local.
Fontes militares israelenses afirmaram não ter encontrado nenhum corpo após uma busca inicial nas ruínas, que, além dos escombros, incluía uma torre de antena de televisão e diversos carros.
"Durante a semana, nós sabíamos que 15 terroristas haviam se
refugiado no prédio das chamadas forças de segurança de Hebron", disse Arie Mekel, porta-voz do Ministério das Relações
Exteriores israelense. "Estamos
fazendo uma busca no edifício ou
do que sobrou dele para determinar o que de fato aconteceu."
Talal Seder, um ex-ministro palestino, disse não saber se havia
alguém no prédio no momento
das explosões. Na sexta-feira, ele
foi autorizado por Israel a entrar
no QG para tentar obter a rendição dos palestinos supostamente
refugiados no local. Mas não teria
encontrado ninguém.
"A última vez que entrei não obtive qualquer resposta. Talvez os
israelenses tenham matado os palestinos nos primeiros dias do
cerco", afirmou. Israel admite a
possibilidade de os homens terem
escapado através de túneis.
Num comunicado emitido após
a primeira explosão, o Exército
afirmou ter "detonado de forma
controlada parte do edifício". Horas mais tarde, a segunda explosão, que destruiu o resto do prédio, foi confirmada.
"Isso mostra que o objetivo
principal é impor o mando israelense sobre os palestinos e destruir todos os símbolos da Autoridade Palestina e sua infra-estrutura", afirmou Abed Rabbo.
Soldados israelenses também
estão posicionados em seis outras
cidades da Cisjordânia -Ramallah, Belém, Nablus, Jenin, Qalqilya e Tulkarem. Segundo o governo, a ocupação deve continuar
enquanto prosseguirem os atentados terroristas contra Israel.
Em torno de 700 mil palestinos
estão vivendo sob cerco e toque
de recolher, levantado apenas durante curtos intervalos para permitir que os moradores possam
comprar alimentos e outros produtos de primeira necessidade.
As operações israelenses na Cisjordânia incluem buscas por supostos ativistas palestinos acusados de estar por trás dos atentados terroristas contra Israel.
Israel acusa a Autoridade Nacional Palestina (ANP), presidida
por Iasser Arafat, de financiar os
atentados terroristas e não atuar
para impedi-los.
No início da semana passada, o
presidente dos Estados Unidos,
George W. Bush, finalmente endossou a tese israelense e condicionou o apoio americano a um
Estado palestino à mudança da liderança palestina.
Os palestinos anunciaram a realização de eleições em janeiro,
mas é provável que Arafat se candidate a reeleição, com boas chances de vitória.
Pelo menos 1.428 palestinos e
548 israelenses morreram desde
setembro de 2000, quando teve
início a atual revolta palestina
contra Israel.
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