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Após protesto de apoiadores, Karadzic é extraditado a Haia
Cerca de 15 mil foram às ruas em nome do ex-líder sérvio, levado na madrugada de hoje
Acusado de genocídio terá de responder ante Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia; ao menos 46 são feridos em confrontos
DA REDAÇÃO
O ex-líder sérvio Radovan
Karadzic deixou Belgrado na
madrugada de hoje em direção
a Haia, na Holanda, onde responderá pela acusação de genocídio ante ao Tribunal Penal
Internacional para a ex-Iugoslávia. A extradição foi consumada após 15 mil ultranacionalistas sérvios marcharem em
seu apoio nas ruas da capital.
Karadzic é acusado pela morte de 8.000 muçulmanos em
Srebrenica e pelas cerca de 12
mil mortes decorrentes do cerco de 44 meses a Sarajevo na
Guerra da Bósnia (1992-95). Os
ultranacionalistas, porém, o
vêem como herói e defensor da
nação sérvia.
Por volta das 4h na Sérvia (final da noite no Brasil), o acusado foi escoltado até o aeroporto
de Belgrado, para daí partir rumo à Holanda.
Horas antes, a capital assistiu
à manifestação pró-Karadzic
convocada pelo Partido Radical
da Sérvia e pelo irmão do acusado, Luka Karadzic. Além de
protestar contra a extradição,
os manifestantes criticaram o
presidente do país, o pró-europeu Boris Tadic.
"A manifestação será um
símbolo da resistência, da força
dos que amam a liberdade mais
do que tudo", afirmou ontem
Aleksandar Vucic, do Partido
Radical, uma das organizações
políticas mais fortes do país.
"Continuaremos resistindo à
ditadura na Sérvia", disse.
Em maio, Tadic derrotou no
segundo turno das presidenciais o líder do Partido Radical,
Tomislav Nikolic.
Às margens da marcha, jovens ultranacionalistas enfrentaram a polícia no centro da capital da Sérvia. A tropa de choque lançou gás lacrimogêneo e
atirou balas de borracha contra
os manifestantes, que quebraram vitrines e lançaram pedras
e garrafas em chamas contra os
policiais.
Pelo menos 46 pessoas ficaram feridas, incluindo 19 policiais e um repórter espanhol.
O protesto de ontem ocorreu
em meio a uma discussão entre
a defesa de Karadzic e a Justiça
local. O advogado de Karadzic,
Svetozar Vujetic, afirmava que
enviara pelo correio a apelação
contra a extradição na última
sexta, minutos antes de terminar o prazo legal. A Justiça afirmava que não a recebeu. Ontem, Vujetic chegou a dizer que
poderia "ter enviado os documentos para a Bósnia".
No anúncio da extradição,
não ficou claro se a apelação
chegara ou se fora examinada.
Ainda ontem, a União Européia, esperando a extradição,
adiara a decisão sobre um acordo comercial com a Sérvia.
Com agências internacionais
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