São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Diminui número de novas infecções por HIV, diz ONU

Com maior prevenção, novos casos caem 10% desde 2001

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento da prevenção -sobretudo do uso de preservativo- fez com que as novas infecções pelo HIV caíssem 10% entre 2001 e 2007 no mundo, de 3 milhões para 2,7 milhões, mostra relatório divulgado ontem pelo Unaids. O braço da ONU para a Aids não tem números do intervalo porque a metodologia mudou e só os dados de 2001 foram revistos.
Apesar da tendência, o número ainda é alto: em média, 7.400 pessoas contraem Aids por dia. O Unaids registra 33 milhões de pessoas com HIV.
A alta prevalência é ajudada também pela maior expectativa de vida proporcionada pelos anti-retrovirais -o acesso a esse tipo de medicamento cresceu dez vezes de 2002 a 2007, embora cubra apenas um terço das necessidades, diz a Unaids.
Mas o coordenador do órgão no Brasil, Pedro Chequer, adverte para um contra-efeito: "À medida que a Aids perdeu aquela face adversa de morte, muitos jovens deixaram de usar o preservativo. É preciso retomar a mobilização social".
O órgão da ONU registra que o Ministério da Saúde brasileiro distribuiu aos Estados 30% mais preservativos no primeiro semestre deste ano do que durante todo o ano passado.
Dos infectados no mundo, 50% são mulheres, e 45% são jovens de 15 a 24 anos. A região com maior prevalência do HIV é a África Subsaariana, com 22 milhões de infectados (dois terços da epidemia mundial), e a menor, Ásia oriental (740 mil).
Na América Latina, são 1,7 milhão de pessoas, das quais 44% estão no Brasil -o país tem 0,6% da população entre 15 e 49 anos com o vírus.
No topo da lista estão países africanos, como Suazilândia (26,1%), Botsuana (23,9%), Lesoto (23,2%) e África do Sul (18,1%), que apresentaram uma estabilização em patamares "extremamente altos".
Parte da melhora nos países africanos se deve ao maior uso do preservativo e ao menor índice de atividade sexual precoce em sete países. Em Camarões, por exemplo, o percentual de jovens que diz ter feito sexo antes dos 15 anos caiu de 35% para 14% de 2003 a 2007.
No Brasil, a última pesquisa sobre demografia e saúde da mulher apontou uma tendência inversa -o número de meninas que dizem ter feito sexo aos 15 anos passou de 11,5% em 1996 para 32,6% em 2006.
Já entre os países desenvolvidos, Alemanha, Reino Unido e Austrália registraram aumento de novos casos. O relatório não traz os dados sobre novas infecções por país.


Texto Anterior: Após protesto de apoiadores, Karadzic é extraditado a Haia
Próximo Texto: Paraguai: Lugo recebe líder sem-terra, que promete novas invasões
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.