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Diminui número de novas infecções por HIV, diz ONU
Com maior prevenção, novos casos caem 10% desde 2001
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento da prevenção
-sobretudo do uso de preservativo- fez com que as novas
infecções pelo HIV caíssem
10% entre 2001 e 2007 no mundo, de 3 milhões para 2,7 milhões, mostra relatório divulgado ontem pelo Unaids. O braço
da ONU para a Aids não tem
números do intervalo porque a
metodologia mudou e só os dados de 2001 foram revistos.
Apesar da tendência, o número ainda é alto: em média,
7.400 pessoas contraem Aids
por dia. O Unaids registra 33
milhões de pessoas com HIV.
A alta prevalência é ajudada
também pela maior expectativa de vida proporcionada pelos
anti-retrovirais -o acesso a esse tipo de medicamento cresceu dez vezes de 2002 a 2007,
embora cubra apenas um terço
das necessidades, diz a Unaids.
Mas o coordenador do órgão
no Brasil, Pedro Chequer, adverte para um contra-efeito: "À
medida que a Aids perdeu
aquela face adversa de morte,
muitos jovens deixaram de
usar o preservativo. É preciso
retomar a mobilização social".
O órgão da ONU registra que
o Ministério da Saúde brasileiro distribuiu aos Estados 30%
mais preservativos no primeiro
semestre deste ano do que durante todo o ano passado.
Dos infectados no mundo,
50% são mulheres, e 45% são
jovens de 15 a 24 anos. A região
com maior prevalência do HIV
é a África Subsaariana, com 22
milhões de infectados (dois terços da epidemia mundial), e a
menor, Ásia oriental (740 mil).
Na América Latina, são 1,7
milhão de pessoas, das quais
44% estão no Brasil -o país
tem 0,6% da população entre 15
e 49 anos com o vírus.
No topo da lista estão países
africanos, como Suazilândia
(26,1%), Botsuana (23,9%), Lesoto (23,2%) e África do Sul
(18,1%), que apresentaram uma
estabilização em patamares
"extremamente altos".
Parte da melhora nos países
africanos se deve ao maior uso
do preservativo e ao menor índice de atividade sexual precoce em sete países. Em Camarões, por exemplo, o percentual
de jovens que diz ter feito sexo
antes dos 15 anos caiu de 35%
para 14% de 2003 a 2007.
No Brasil, a última pesquisa
sobre demografia e saúde da
mulher apontou uma tendência inversa -o número de meninas que dizem ter feito sexo
aos 15 anos passou de 11,5% em
1996 para 32,6% em 2006.
Já entre os países desenvolvidos, Alemanha, Reino Unido
e Austrália registraram aumento de novos casos. O relatório
não traz os dados sobre novas
infecções por país.
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