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Iraque e China assinam acordo petroleiro de U$ 3 bi
Contrato é o primeiro internacional a ser fechado desde a invasão americana, em 2003, e contraria as regras anunciadas por Bagdá
DA REDAÇÃO
Os governos iraquiano e chinês assinaram ontem um contrato de US$ 3 bilhões para a
exploração de um importante
campo de petróleo do Iraque. É
o primeiro acordo petrolífero
internacional firmado por Bagdá desde a invasão americana
que derrubou o regime de Saddam Hussein, em 2003.
Os termos do acordo, formalizado pelas estatais de petróleo
dos dois países, determinam
que a China fornecerá pelos
próximos 22 anos assessores
técnicos, operários e equipamento para alavancar a exploração do campo de Ahdab, a sudeste de Bagdá, perto da fronteira com o Irã. Chineses e iraquianos compartilharão o controle da segurança do campo.
A expectativa do governo iraquiano é aumentar aos poucos
a produção de Ahdab, atualmente de 25 mil barris diários,
para 125 mil, segundo fontes citadas pelo "Washington Post".
O contrato deverá entrar em vigor nas próximas semanas, depois de avalizado pelo Executivo iraquiano.
O acordo ressuscita a parceria petrolífera firmada em 1997
por Pequim com Saddam Hussein (1979-2003), que colapsou
com o regime. Mas ao contrário
do acerto anterior, os chineses
desta vez não terão participação nos lucros, sendo remunerados apenas pelos serviços
prestados.
O acordo, obtido sem licitação e na contramão das regras
que o governo iraquiano anunciara recentemente para o setor, evidencia o caráter nebuloso dos contratos petrolíferos de
Bagdá. A produção do país já
chegou a 2,5 milhões de barris
diários e superou o nível pré-guerra, quando vigoravam sanções -a meta para 2013 são 4,5
milhões de barris diários.
Em junho, o Ministério do
Petróleo iraquiano divulgou
planos de abrir suas reservas a
empresas estrangeiras. Contratos de até um ano seriam oferecidos sem licitação por meio de
cartas-convite a cinco grandes
petroleiras dos EUA e da Europa, sob o rótulo vago de "prestação de serviços técnicos".
O governo iraquiano também havia anunciado que 41
companhias foram pré-classificadas para a concorrência que
será realizada em 2009 para a
exploração de seis campos sob
contratos de longo prazo.
Um porta-voz do governo
iraquiano justificou o fato de o
acordo com os chineses não se
enquadrar em nenhum modelo
anunciado sob o pretexto de
que se trata de um "contrato de
serviço", não técnico. "Além
disso, os chineses já têm ampla
experiência no campo de Ahdab", disse Assim Jihad.
O porta-voz afirmou ainda
que continuam as negociações
com outras petrolíferas para
exploração dos demais campos
iraquianos. "Espero que esse
acordo com a China elimine de
vez os rumores de que as companhias petroleiras dos EUA
são as únicas a se beneficiarem
da ocupação americana", disse.
Com "The New York Times"
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