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Crise ameaça rachar base do governo Lugo no Senado
DA REDAÇÃO
Duas semanas após assumir
a Presidência do Paraguai sob
grande expectativa popular,
Fernando Lugo enfrenta sua
primeira crise política. Um impasse no Senado envolvendo o
seu antecessor, Nicanor Duarte, ameaça imobilizar as primeiras ações do governo.
A crise teve início na última
terça-feira, quando Nicanor,
eleito senador, prestou juramento. Horas mais tarde, porém, a maioria governista anulou a posse, alegando que ele
não poderia ter concorrido ao
cargo como presidente, embora
sua candidatura tenha sido ratificada pela Justiça Eleitoral.
No Paraguai, ex-presidentes
são senadores vitalícios, com
direito a voz, mas não a voto
nem a salário. Nicanor, porém,
exige uma das vagas do Partido
Colorado. A base de Lugo, liderada pela APC (Aliança Patriótica para a Mudança, na sigla
em espanhol), quer o colorado
Jorge Céspedes no seu lugar.
Lugo ameaçou convocar um
plebiscito para substituir o Legislativo caso a crise não termine em dois ou três meses. "Sim,
é possível", disse, sobre a convocação. Segundo o "ABC Color", Lugo disse que Nicanor
deveria "ir para casa, ser senador vitalício e dar paz" ao país.
O ex-presidente reagiu advertindo que "o Paraguai não é
a Bolívia". Lugo "tem que entender que o Parlamento é
muito importante, crucial para
que suas promessas sejam
cumpridas", afirmou ao retirar-se do plenário após negociações fracassadas.
O risco para Lugo é o apoio
do ex-candidato presidencial
Lino Oviedo, líder da Unace
(União Nacional dos Cidadãos
Éticos), a Nicanor. A Unace é o
fiel da balança da base luguista
no Congresso e elegeu Enrique
Quintana presidente do Senado, com a anuência da APC.
Com agências internacionais
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