São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2008

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Crise ameaça rachar base do governo Lugo no Senado

DA REDAÇÃO

Duas semanas após assumir a Presidência do Paraguai sob grande expectativa popular, Fernando Lugo enfrenta sua primeira crise política. Um impasse no Senado envolvendo o seu antecessor, Nicanor Duarte, ameaça imobilizar as primeiras ações do governo.
A crise teve início na última terça-feira, quando Nicanor, eleito senador, prestou juramento. Horas mais tarde, porém, a maioria governista anulou a posse, alegando que ele não poderia ter concorrido ao cargo como presidente, embora sua candidatura tenha sido ratificada pela Justiça Eleitoral.
No Paraguai, ex-presidentes são senadores vitalícios, com direito a voz, mas não a voto nem a salário. Nicanor, porém, exige uma das vagas do Partido Colorado. A base de Lugo, liderada pela APC (Aliança Patriótica para a Mudança, na sigla em espanhol), quer o colorado Jorge Céspedes no seu lugar.
Lugo ameaçou convocar um plebiscito para substituir o Legislativo caso a crise não termine em dois ou três meses. "Sim, é possível", disse, sobre a convocação. Segundo o "ABC Color", Lugo disse que Nicanor deveria "ir para casa, ser senador vitalício e dar paz" ao país.
O ex-presidente reagiu advertindo que "o Paraguai não é a Bolívia". Lugo "tem que entender que o Parlamento é muito importante, crucial para que suas promessas sejam cumpridas", afirmou ao retirar-se do plenário após negociações fracassadas.
O risco para Lugo é o apoio do ex-candidato presidencial Lino Oviedo, líder da Unace (União Nacional dos Cidadãos Éticos), a Nicanor. A Unace é o fiel da balança da base luguista no Congresso e elegeu Enrique Quintana presidente do Senado, com a anuência da APC.


Com agências internacionais


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