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Criar relação de parceria com os fornecedores ajuda a manter a competitividade
Ajuste é melhor que reajuste
DA REPORTAGEM LOCAL
Inaugurar um canal de diálogo
com os fornecedores, buscar parcerias com outros comerciantes
do setor e continuar viabilizando
preços mais acessíveis para o consumidor são as principais dicas
de especialistas para o atual período de turbulência nos preços.
"Como a redução da margem
de lucro se tornou praticamente
inevitável, o varejista precisa agora criar fórmulas para aumentar o
giro de produtos", diz a consultora de varejo Celina Kochen, 42.
Ela acredita que, apesar da alta
generalizada de custos, o momento deve levar os comerciantes a
construir "relações mais humanas" com os responsáveis pelo
fornecimento. "Quem vende está
sob pressão maior, mas a situação
é ameaçadora para todos. Só o
diálogo levará a soluções viáveis."
Bonificação
Ricardo Martins, 35, diretor da
Prospect Promoções -distribuidora da marca escocesa de destilados Grant's em São Paulo-,
apostou no diálogo com fornecedores e conseguiu criar uma estratégia de bonificação que vem
garantindo a manutenção dos
preços para a sua clientela.
"Estamos concedendo bônus de
até 20% para bares e restaurantes.
O desconto permite que continuem comprando pelos valores
antigos. Assim, não precisam alterar o preço da dose em seus
cardápios", esclarece Martins.
Graças à medida, a Prospect
vem conseguindo contornar o
impasse de comercializar um produto importado sem poder seguir
a velocidade da desvalorização
cambial. "Não sofremos redução
nas vendas e ainda conquistamos
novos clientes", diz o diretor.
Cláudio Felisoni, do Provar
(Programa de Administração do
Varejo da USP), comenta que a
construção de uma solução satisfatória a ambos os lados é essencial para que o pequeno varejista
não se torne menos competitivo.
"É também o caminho para continuar tendo giro."
Wilson Hiroshi Tanaka, do sindicato de varejistas de gêneros alimentícios, diz acreditar que a alta
de preços é apenas temporária.
"É provável que os valores voltem a cair. O comerciante deve
observar se está conseguindo esvaziar as prateleiras e fazer novas
compras. Só assim será possível
reverter a onda de inflação."
Evitar desespero é consenso entre os especialistas. "Não estamos
voltando ao passado, quando
quem não comprava hoje pagava
mais caro amanhã", diz Tanaka.
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