São Paulo, domingo, 01 de dezembro de 2002


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Associativismo tenta frear preços

DA REPORTAGEM LOCAL

Se a alta de preços tem atemorizado praticamente todos os setores, os proprietários de supermercados de pequeno e médio portes estão entre os que mais sentiram o impacto da ameaça de inflação.
Tendo de enfrentar a concorrência das grandes redes -que, além de contar com mais poder de argumentação junto aos fornecedores, ainda "sabotaram" algumas marcas-, os comerciantes do setor recorreram a associações e à utilização de itens similares para conseguir segurar os valores.
Proprietário do supermercado América, em São Paulo, Katsuchi Nakashima, 54, associou-se à rede "Supervizinhos", formada por supermercados de bairro na cidade.
"Como estamos negociando em volume, consegui amenizar o aumento de itens como leite longa vida, biscoitos, arroz e feijão. O ideal era absorver todo o aumento, e não repassá-lo ao cliente, mas infelizmente não é possível."
Nakashima conta que, até agora, preferiu não tirar das prateleiras os produtos líderes de mercado. "Sei que alguns clientes vêm aqui procurando determinada marca. Se não a encontrarem, vão para o concorrente", afirma.
Cláudio Felisoni, do Provar, alerta que a retirada do produto líder e sua substituição por similar mais barato é uma estratégia complicada para os pequenos.
"Mais do que os grandes, eles estão sujeitos a perder clientela se adotam a medida. O sumiço das principais marcas causa efeito negativo em um supermercado pequeno", avisa o especialista.
Para não chocar os consumidores, o supermercado Mambo fez uma pesquisa prévia entre eles para descobrir quais produtos eram considerados passíveis de substituição por similares. "Além disso, espalhamos cartazes pela loja explicando a situação", conta o proprietário, André Nassar, 46.



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