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Associativismo tenta frear preços
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a alta de preços tem atemorizado praticamente todos os setores, os proprietários de supermercados de pequeno e médio portes
estão entre os que mais sentiram
o impacto da ameaça de inflação.
Tendo de enfrentar a concorrência das grandes redes -que,
além de contar com mais poder
de argumentação junto aos fornecedores, ainda "sabotaram" algumas marcas-, os comerciantes
do setor recorreram a associações
e à utilização de itens similares para conseguir segurar os valores.
Proprietário do supermercado
América, em São Paulo, Katsuchi
Nakashima, 54, associou-se à rede
"Supervizinhos", formada por supermercados de bairro na cidade.
"Como estamos negociando em
volume, consegui amenizar o aumento de itens como leite longa
vida, biscoitos, arroz e feijão. O
ideal era absorver todo o aumento, e não repassá-lo ao cliente,
mas infelizmente não é possível."
Nakashima conta que, até agora, preferiu não tirar das prateleiras os produtos líderes de mercado. "Sei que alguns clientes vêm
aqui procurando determinada
marca. Se não a encontrarem, vão
para o concorrente", afirma.
Cláudio Felisoni, do Provar,
alerta que a retirada do produto
líder e sua substituição por similar mais barato é uma estratégia
complicada para os pequenos.
"Mais do que os grandes, eles
estão sujeitos a perder clientela se
adotam a medida. O sumiço das
principais marcas causa efeito negativo em um supermercado pequeno", avisa o especialista.
Para não chocar os consumidores, o supermercado Mambo fez
uma pesquisa prévia entre eles
para descobrir quais produtos
eram considerados passíveis de
substituição por similares. "Além
disso, espalhamos cartazes pela
loja explicando a situação", conta
o proprietário, André Nassar, 46.
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