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DINHEIRO
Banco do Brasil, BNDES e CEF devem aumentar o volume de recursos para pequenos e médios empreendedores
Créditos a MPEs serão maiores em 2003
JULIANA GARÇON
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Uma série de novidades agendadas para os próximos dias deve
trazer boas notícias a empreendedores em busca de capital para
abrir ou ampliar um negócio.
Entre elas, os destaques são o aumento dos recursos a micro e pequenas empresas e a aproximação de bancos com o segmento.
Juntos, Banco do Brasil e Caixa
Econômica Federal, dois dos
principais agentes de crédito do
país, oferecerão R$ 11,5 bilhões a
MPEs ao longo de 2003. O BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que
em 2002 liberou R$ 8,3 bilhões para o setor, elevará o montante para R$ 34 bilhões, a serem operados por bancos de varejo.
Mais que ampliar o montante,
as novas diretorias do Banco do
Brasil e da CEF, empossadas na
troca de governo, buscam consonância com o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
que propõe a valorização do setor.
A perspectiva da CEF é expandir a base de empresas clientes das
atuais 630 mil para 1 milhão.
Além disso, a instituição garantirá
maior autonomia às agências na
decisão sobre os empréstimos.
"O gerente terá maior liberdade
na liberação do crédito", antecipa
Mario Ferreira, superintendente
nacional de distribuição.
O Banco do Brasil também busca aproximação com o cliente.
Acaba de criar uma gerência executiva de micro e pequenas empresas vinculada à vice-presidência de varejo. "Queremos dar assistência creditícia mais efetiva ao
segmento", afirma o vice-presidente de varejo Edson Monteiro.
Uma força-tarefa de técnicos da
instituição foi incumbida de mapear as necessidades do segmento. Assim, o banco elegerá regiões
que sofrem de maior carência de
crédito. Os resultados do estudo,
a serem anunciados nos próximos dias, conduzirão medidas de
curto e médio prazo, diz Monteiro, ainda sem detalhes do projeto.
Por ora, o executivo revela apenas que o montante destinado a
financiamento de investimentos,
hoje na ordem de R$ 1,2 bilhão,
será elevado a R$ 1,5 bilhão.
O banco também está de olho
na crescente demanda por capital
de giro: o banco elevará de R$ 3,6
milhões para R$ 4,5 milhões o
montante reservado para esse tipo de operação. Hoje, o serviço
contabiliza 365 mil usuários. Com
os recursos, o banco espera atender 600 mil clientes.
Na CEF, que tem R$ 7 bilhões
para investir nas MPEs, o ajuste
na política de crédito passa ainda
pela ampliação de foco em pólos
produtivos, cuja primeira experiência foi implantada em 2002
para o setor têxtil. Neste ano, o
programa será estendido aos setores de couro e calçado, moveleiro e de construção civil.
A iniciativa representa mais que
uma inovação conceitual, na opinião de Luiz Ricardo Grecco, 28,
consultor do Sebrae-SP (Serviço
de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas). "Essa abordagem pode baratear o empréstimo."
Em 2003, outra novidade é que a
CEF estreará linhas de financiamento à exportação. "É uma quebra de paradigma. Nunca nos
ocupamos de comércio externo",
diz Mario Ferreira, da CEF.
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