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Embate torna crédito "inacessível"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Recursos não faltam e, em algumas linhas, até sobram. Mesmo assim, para muitos, conseguir crédito num banco é tão
provável quanto "encontrar um
pote de ouro no fim do arco-íris".
Os bancos enfatizam o interesse em emprestar, mas apontam o
despreparo das empresas como
principal motivo para as recusas.
É como se o banco falasse uma
língua e o empresário, outra. "A
dificuldade está na discrepância
entre as exigências dos bancos e a
situação real das micro e pequenas empresas", constata Luiz Ricardo Grecco, do Sebrae.
"Precisamos diferenciar aventureiros de empreendedores",
afirma Edson Monteiro, vice-presidente de varejo do Banco do
Brasil. Ele ressalta que o acesso
ao crédito é regulado por "filtros"
ao avaliar o risco do empréstimo:
propriedade de garantia, cadastro e histórico no banco.
Em 2002, a instituição indeferiu
21 mil pedidos, de um total de 514
mil solicitações feitas por MPEs.
Mas os números não levam em
conta os pedidos que nem sequer
foram analisados pelo banco.
Luiz Ricardo Grecco destaca
ainda que o empresário deve adotar uma postura pragmática para
obter um financiamento. "Não
basta ter um plano na cabeça. O
banco quer ser convencido de que
o negócio é viável e que a empresa
pagará o empréstimo."
Foi nesse planejamento que esbarrou Sérgio Augusto de Oliveira, 34. Em outubro, com projeto
preparado pelo Sebrae embaixo
do braço, ele foi ao Banco do Brasil em busca de R$ 35 mil para a
compra de um utilitário.
Recebeu duas negativas: na primeira, indicara um veículo importado e, na segunda, um carro
que era apenas montado no Brasil, mas fabricado na Argentina. E
a linha de crédito que Oliveira
buscou, o Proger, só contempla
equipamentos nacionais.
Afinal, apontou um carro brasileiro. Não conseguiu o empréstimo porque a cotação apresentada
à financeira mencionava um veículo com bancos, e seu plano era
comprar um veículo de carga.
"Faltou informação", reclama.
Mas há quem supere as dificuldades: "Sou bom pagador e correntista há 12 anos", explica Fabio
Matarazzo, 50, que obteve em dezembro, pela terceira vez, empréstimo do Banco do Brasil.
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