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Empresários reclamam da burocracia
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Mesmo antes da elevação da
taxa básica de juros, antes até do
início do processo eleitoral, pequenos e médios empresários já
reclamavam da dificuldade de
acesso ao crédito e da burocracia
excessiva exigida pelo bancos.
Se já andava ruim, a tendência
agora é que a situação se torne
ainda mais difícil nos próximos
meses -segundo análises de economistas ouvidos pela Folha. Em
meados de 2003, as transações adquirem novo fôlego, prevêem.
Marcel Solimeo, da Associação
Comercial de São Paulo, reforça a
idéia de que o mercado está muito
pouco propenso a assumir riscos
agora -tanto do lado dos potenciais tomadores quanto dos credores. "Estão todos esperando
para ver o que vai acontecer nos
próximos meses", afirma.
A expectativa do empresariado
é que o governo Lula cumpra os
reiterados compromissos de ampliar o acesso ao crédito, incentivando assim a produção e gerando novos empregos -uma das
marcas registradas da última
campanha presidencial.
Farid Fares, publicitário, é um
dos que passaram por um longo
caminho até obter financiamento
e espera que o processo se torne
mais simples no futuro. Para conseguir sacar R$ 50 mil de uma linha específica destinada a pequenas empresas, o Proger, ele teve
de esperar 18 meses.
"É difícil demais. Se o dinheiro
fosse essencial para a empresa, eu
teria fechado as portas nesse período. Fiz quatro projetos diferentes, sentia-me um palhaço diante
das negativas dos gerentes", diz.
Mas em Porto Alegre, a pequena empresária Cleo Silveira afirma que não teve muita dificuldade para emprestar o mesmo valor
na mesma linha de financiamento. "Demorou um mês e meio,
com um projeto bem estruturado
mostrando o impacto no faturamento." Silveira diz cogitar a hipótese de fazer um novo empréstimo, "mas só depois de os juros
baixarem", completa.
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