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Opções de negócio para maduros vão desde o mercado imobiliário até academia e programa turístico
Idoso não se contenta com "bailinho"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Investir no idoso não é só organizar bailes para a terceira idade.
Além de turismo e lazer; educação, recolocação no mercado de
trabalho, saúde, comércio especializado e habitação são setores
que estão se aproximando desse
crescente público (tecnicamente,
pessoas a partir de 60 anos em
países em desenvolvimento e a
partir de 65 nos desenvolvidos).
Saber formatar o negócio exige
conhecimento de mercado. "O
empreendedor tem de ter sensibilidade para saber onde o público é
igual e onde não é", observa Laura
Machado, diretora-executiva do
Instituto de Gerontologia.
"Um exemplo: quem oferece
passeios não precisa desenvolver
um produto específico para os
saudáveis, mas deve estar atento
àqueles que têm incapacidade
funcional, dificuldade de locomoção e de audição e reflexos mais
lentos", emenda.
Aqui vale um lembrete. Todos
esses serviços e produtos orientados aos mais velhos têm como objetivo reintegrar esse público na
comunidade. "Os idosos gostam
de independência, não de isolamento", diz James Wright, coordenador do Profuturo.
Malhação
A terceira idade não se fez de rogada e invadiu a "praia" de ambientes antes dominados pelos jovens, como academias e escolas
de informática. Carlos Nazareth
Kachvardanian, 47, proprietário
da Apolo Center Academia, conta
que, desde a abertura da academia, há 21 anos, oferece aulas para
idosos, mas a procura cresceu
mesmo nos últimos cinco anos.
As classes têm de 25 a 35 alunos.
"Alguns vêm com netos que
também malham aqui, mas a
maioria vem sozinha. Eles fazem
exercícios específicos para a idade, como hidroginástica, alongamento e ginástica localizada, de
acordo com sua condição física."
Kachvardanian diz que a participação do público idoso no faturamento anual é de cerca de 30%.
Na Site 1, escola de informática
que há quatro anos atende somente a geração que não teve
muito contato com computadores, o ritmo das aulas é mais lento,
e as apostilas são adaptadas, detalhando todos os procedimentos.
Segundo a sócia-proprietária
Ângela Iris di Froschia, 60 dos 100
alunos têm mais de 65 anos.
Há cursos de Windows, Word,
Excel, Access, Power Point, mas a
maior procura é por aulas de internet. "A grande demanda é passar e-mails para netos e conhecidos que moram longe", diz Froschia. "É impressionante o entusiasmo que eles têm. São extremamente sérios, afinal, foi uma escolha deles, não é uma imposição de
pai e mãe", avalia.
Resgatar locais frequentados no
passado e passear por bares paulistanos são algumas das opções
de roteiro da agência Graffit.
Terezinha Heinen, 67, Elvira Pereira da Rosa, 70, e Waldemar
Martins, 85, são clientes assíduos
dos passeios: "Só não vamos
quando não dá", conta Heinen.
Carlos Silvério, 42, diretor da
agência, diz que essa não é a principal fonte de renda da empresa.
Os passeios duram quatro horas, levam de 40 a 45 pessoas e
custam de R$ 25 a R$ 30, incluindo "coffee-break", transporte,
água e uma recordação do roteiro.
"Representa cerca de 10% do
nosso faturamento. A demanda
cresce gradativamente, a propaganda boca a boca que esse público faz é muito eficiente, mas faço
mais por idealismo", afirma.
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