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Antes de esticar o horário de atendimento, devem-se calcular gastos e fazer plano de divulgação
Sem estudo prévio, prática dá prejuízo
FREE-LANCE PARA FOLHA
Apesar de haver boas perspectivas para o funcionamento 24
horas, nem todos os negócios são
bem-sucedidos nessa prática.
Algumas experiências acabam
não dando certo, seja pela falta de
demanda naquela área ou mesmo
pela falta de planejamento dos
profissionais envolvidos.
A academia de natação Projeto
Acqua, por exemplo, tentou manter um sistema de atendimento 24
horas quatro anos atrás, mas não
conseguiu. "Os sócios não tiveram sucesso e desistiram. Estava
caro demais manter os funcionários", justifica Valter Mesquita,
49, sócio da academia.
No entanto, Mesquita iniciou
novamente o atendimento 24 horas na Projeto Acqua em 2002 e,
desta vez, corrigidos os erros de
antes, está obtendo retorno. "Na
primeira experiência faltou planejamento e um melhor trabalho
de divulgação, pois as pessoas
não conheciam o sistema."
Mesquita conta que, há um ano
mantendo a academia aberta durante a madrugada, já ganhou novos alunos. "São executivos, publicitários e médicos, profissionais que não têm uma rotina de
trabalho fixa e que aproveitam a
noite para relaxar na academia."
Cautela
A experiência da academia
mostra alguns cuidados que devem ser tomados antes de aderir à
prática. "É uma área altamente
segmentada, que trabalha com
pequenos nichos. Se todo mundo
entrar nessa, vai logo saturar o
mercado", alerta o professor Tales
Andreassi, da FGV-Eaesp.
Para ele, os empresários devem
tomar cuidado para não perder o
foco e não aumentar preços, o que
causa perda de competitividade.
"Os proprietários não podem repassar eventuais prejuízos com o
funcionamento para o cliente."
Outro exemplo de retração na
área vem do grupo de supermercados Pão de Açúcar, que, em
2001, antecipou para a meia-noite
o horário de fechamento de 6 de
suas 29 lojas com funcionamento
24 horas na Grande São Paulo.
A mudança, na época, foi motivada pela falta de movimento em
alguns pontos, pelo racionamento de energia e pela falta de estacionamento próprio, de acordo
com assessores do grupo.
Mesmo assim, passado o racionamento de energia, o horário
nesses locais não foi alterado.
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