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Qualidade de vida é só "quando dá"
DA REPORTAGEM LOCAL
Dona de uma confecção de roupas femininas que abastece 40
pontos-de-venda no país, Amaralis Fernandes da Cruz Vilela, 33,
começa a trabalhar às 9h, mas não
tem hora para voltar para casa.
"Nos lançamentos de coleção
tenho de madrugar. Entro por
volta das 6h30." A rotina inclui
ainda uma agenda de viagens,
motivo de protesto por parte dos
filhos de nove e sete anos. "Eles
sentem minha falta e reclamam."
Vilela costuma trabalhar em feriados e em finais de semana e almoça "quando dá". "É a ansiedade de ver as coisas acontecerem",
explica a empresária, que tem como meta operar com um total de
cem revendas. "Acho que só dentro de quatro ou cinco anos terei
mais tempo para mim", prevê.
Já as sócias Eliana Minello e Rachel Penteado, donas da Stamperia, loja de confecção artesanal,
imaginam que não conseguirão
reduzir a jornada diária de 13 a 15
horas nos próximos dez anos.
"Acabamos de investir R$ 50
mil em um projeto de expansão, e
o retorno só deve vir em dois
anos", esclarece Minello. Além de
fazer as refeições na própria loja,
as duas frequentemente levam os
filhos para pintar no ateliê de produção. "Foi o jeito que encontramos para vê-los mais", completa.
Dono de duas unidades da Bantec, lojas de estofados em couro,
José Jorge Neto, 43, experimentou
os danos do excesso de trabalho.
"Tive estresse e crises de enxaqueca. Hoje pinto quadros e reservo
mais tempo para mim."
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