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Merchandising pode ser "conto da carochinha"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Tanto o efeito sobre as
vendas como o retorno institucional das doações são
questionados por especialistas em marketing e TV.
"Na ânsia de fazer propaganda barata, as empresas
pensam que venderão mais.
Isso não ocorre", diz Claudio
Mello, professor da ESPM.
"Os telespectadores não estão sensibilizados pelo que a
empresa faz, mas pela história da pessoa necessitada."
Mello critica o uso das
imagens das doações em peças promocionais. "É como
eu sair dizendo como sou
bonzinho. Explorar isso é errôneo." A Microlins, que
adota essa estratégia, por
exemplo, afirma que só divulga uma parte de suas
ações sociais. "É natural colocar isso nos quatro cantos,
pois temos orgulho", diz o
diretor nacional de franquias, Marcelo Toledo.
O sociólogo e professor da
USP Laurindo Leal Filho,
membro da ONG TVer
-que tem como missão
promover a responsabilidade social e pública na TV-,
diz que não há nada de social
nas doações. "É marketing
comercial puro e simples."
Ele avalia que os efeitos variam de acordo com o telespectador. "Alguns pensam
"eles são sensíveis", mas outros enxergam como um uso
de necessidades para fazer
falso assistencialismo."
Para Marcos Cobra, professor de marketing da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, o retorno é incerto, pois o telespectador sente alívio por ver
alguém fazer o que ele não
faz, mas duvida da eficácia
da doação para resolver os
problemas mostrados.
(BL)
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