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"ANJOS"
Investidores ajudam novatos com experiência e recursos e tornam-se sócios temporários
Aporte pode chegar a R$ 1 milhão
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Populares nos Estados Unidos e
em alguns países europeus, os investidores-anjo começaram a entrar no país, discretamente, desde
a década de 90. A notícia é boa para micro e pequenos empresários
que não sabem como fazer seu
negócio nascer ou decolar.
O termo refere-se a executivos
de sucesso, quase sempre já aposentados, que procuram novos
negócios para aplicar capital e experiência. Essa modalidade de investimento, segundo especialistas, está em ascensão. Prova disso
é o Gávea Angels, primeiro grupo
brasileiro do gênero, que foi criado em dezembro de 2002 e já começa a dar seus primeiros frutos
-isto é, a "apadrinhar" pequenos empreendedores.
"Empresas novas, em geral,
contam com o "love capital" [ajuda que vem de família e amigos]
ou com os fundos de investimento, que só são disponibilizados
quando as empresas já têm capital
suficiente e podem dar garantias
de pagamento", afirma Ernesto
Weber, presidente do Conselho
Diretor do Gávea Angels.
A exemplo de Weber, que é engenheiro e ex-presidente da Petrobras, os outros dez membros
do grupo são executivos com, em
média, 30 anos de experiência que
hoje se dedicam a alavancar empresas nascentes investindo recursos de até R$ 1 milhão.
Seleção
Para receber a aplicação, a empresa precisa oferecer uma proposta inovadora (desenvolvimento de novas tecnologias têm prioridade) e estar localizada a até 200
km do Rio de Janeiro, para que os
"anjos" possam acompanhar o
trabalho de perto.
Os interessados preparam um
plano de negócios dizendo quanto querem levantar e para quê, e, a
partir daí, o comitê de operações
seleciona quais irão participar do
fórum de negócios -realizam
duas edições por ano, mas o plano
é aumentar para quatro.
O evento visa aproximar empreendedores e "anjos". "É um
investimento de risco [não há garantias de lucro]. Por isso é feito
individualmente, embora a análise seja conjunta", afirma Weber.
A iniciativa de formar um time
brasileiro de investidores, baseado em experiências como as do
Band of Angels e do Tech Coast
Angels, grupos norte-americanos
já consolidados, partiu de professores ligados ao Instituto Gênesis
da PUC (Pontifícia Universidade
Católica) do Rio de Janeiro.
"Precisávamos juntar pessoas
que pudessem ter um laço, por isso optamos por antigos alunos da
universidade", diz J.A. Pimenta-Bueno, coordenador do Núcleo
de Estudos e Pesquisas.
Na riqueza e na pobreza
Ao investir na empresa, o "anjo"
torna-se sócio temporário dela até
que o empreendimento ganhe
forças e possa andar com as próprias pernas. Em geral, quando as
empresas crescem, são vendidas
para grupos maiores, fazendo
com os que "anjos" não só recuperem seu capital como também
obtenham lucro.
Exemplo disso foi o que aconteceu com a MHW, empresa de desenvolvimento de softwares para
ensino a distância. Com a ajuda, o
empreendimento atingiu o capital necessário para alcançar os
fundos de investimento e foi vendido para uma companhia maior,
garantindo aos investidores 100%
de lucro (leia à pág. 23).
Outro exemplo de como os "anjos" podem fazer diferença é a
nTime, que produz softwares para celulares. "A ajuda dos "anjos"
nos permitiu conquistar grandes
clientes e parceiros", afirma Rafael Duton, sócio da nTime.
Iniciativas similares à do grupo
carioca começam a aparecer em
outras partes do país. Na Bahia,
uma parceria entre o Instituto Euvaldo Lodi, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e
o Banco do Nordeste deu origem
ao "Bahia Angels", rede em formação de apoio estratégico ao
empreendedorismo local.
Inscrições de planos de negócios:
www.gaveaangels.org.br e
www.fieb.org.br/iel
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