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GESTÃO
Design diferenciado chama atenção para produto
nos pontos-de-venda; os projetos custam a partir de R$ 10 mil
Embalagem atraente valoriza o conteúdo
FREE-LANCE PARA A FOLHA
No Brasil, geralmente são as grandes empresas as que mais se
preocupam com o design das embalagens de seus produtos. Mas a
iniciativa pode ajudar pequenos e
médios a concorrer com os grandes nas gôndolas e nas prateleiras.
Segundo pesquisa do Comitê de
Design da Abre (Associação Brasileira de Embalagem), apenas 5%
da receita líquida das agências de
design vêm de trabalhos feitos para as pequenas e médias empresas, 70%, de trabalhos feitos para
multinacionais, e 25% vêm de
grandes empresas nacionais.
Manoel Müller, coordenador do
comitê e diretor-geral da Müller
Associados, afirma, entretanto,
que esse cenário nos negócios tem
condições de ser revertido.
Para ele, o investimento em embalagem é a maneira de gerar
mais resultados a curto prazo.
"Esse é o negócio mais adequado para os menores, que não têm
dinheiro para investir em propaganda nas grandes mídias", completa Luís Castellari, diretor de
criação da agência Keenwork.
A arquiteta Sílvia Rettmann, 43,
diretora da Confetti, empresa de
embalagens, diz que o número de
clientes donos de pequenos e médios negócios tem aumentado.
"Eles investem em embalagem
porque não possuem marca forte
no mercado e precisam chamar a
atenção nos pontos-de-venda."
Custo-benefício
A idéia de atrair compradores
caprichando na apresentação dos
produtos sempre fez parte dos
planos de Maysa Chachamovits,
44, e Marlene Cuperman, 44, proprietárias da Jardim Secreto, especializada em produtos de aromaterapia. "O investimento é alto
porque há uma cota mínima para
pedidos, mas vale a pena", diz
Chachamovits. Ela conta que a
empresa investe cerca de 15% do
faturamento nas embalagens.
Müller calcula que um projeto
de design custa no mínimo R$ 10
mil (mas o valor é bastante variável) e que, de cada 100 empresas
que investem em embalagem, 83
conseguem alavancar negócios.
As vendas do Capuccino di Capri aumentaram 30% em quatro
anos. "O crédito disso está associado, entre outros fatores, ao investimento que fizemos no design", afirma Renata Fleury Alves,
33, proprietária da empresa.
Para a diretora da agência a10
design, Margarete Takeda, é possível atrair pequenos empresários
oferecendo a eles um orçamento
mais flexível. "Em um projeto de
embalagem, podemos buscar um
bom fotógrafo em vez de pegar o
melhor, por exemplo. A idéia é
conseguir o melhor resultado
dentro das condições de cada empresa", afirma.
(GIOVANA TIZIANI)
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