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PESO DO FRANQUEADO
Satisfação de unidades é determinante para que a marca seja reconhecida
Investidor detém poder de premiar
BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Ouvir a opinião do franqueado
é a mais nova obsessão do sistema
de franchising brasileiro. Parece
descoberta da pólvora, já que ele
é o primeiro e o principal cliente
de toda rede de franquias. Mas
não, nem sempre foi assim.
A grande maioria das franqueadoras só está percebendo essa necessidade agora -e à força.
De um lado, a modificação e o
endurecimento nos regulamentos
dos prêmios e do selo que reconhecem a qualidade das redes. De
outro, o anteprojeto da nova Lei
do Franchising, apresentado pelo
governo federal
há três semanas,
que pretende
obrigar as empresas a se preocuparem mais com
o que pensam os
seus atuais e ex-franqueados.
No centro da
questão, o cotidiano das franquias,
que mostra que,
para modernizar,
é fundamental
apostar na co-responsabilidade e
dar ouvidos ao
que diz cada pequeno investidor.
É a chamada
"franquia de
quarta geração".
Campeã no quesito satisfação dos
franqueados em estudo promovido pela Vecchi & Ancona Consulting e vencedora na categoria
"Alimentação" no prêmio As Melhores Franquias do Brasil, da revista "PEGN", a Vivenda do Camarão exemplifica a tendência.
O diretor de franquias, Diego
Perri, 26, afirma que a empresa
sempre se preocupou em atender
bem os franqueados, mas diz ter
percebido que foi exatamente isso
o que trouxe o prêmio e a certificação do Selo de Excelência em
Franchising, da ABF (Associação
Brasileira de Franchising). "O
franqueado é o grande motivo de
termos ganhado prêmios. Sem ele
a rede não tem razão de ser."
Os prêmios estão listados em todos os cardápios das unidades da
marca. "São garantias extras, diferenciais com relação aos concorrentes", afirma o empreendedor.
Algo mais
Apesar do alto peso nas avaliações, a satisfação dos franqueados
não basta para conquistar nenhum troféu. Os prêmios avaliam, por exemplo, o tempo de experiência do franqueador em seu
negócio, a rentabilidade da rede, o
número de unidades, os sistemas
de treinamento, o tempo de retorno dos investimentos, a composição das taxas e as obrigações contratuais, entre outros aspectos.
A intenção dos julgadores é exatamente impedir que redes recém-criadas saiam favorecidas,
pois, em geral, têm
maioria de franqueados ainda
animados com o
negócio, esperando que o retorno
do investimento
obedeça ao prazo
prometido.
O Centro Cultural Americano
(idiomas), que
possui o selo da
ABF, apesar de ter
recebido dos investidores a maior
nota de seu segmento no estudo
da Vecchi & Ancona (veja quadro
nesta página), não
conseguiu conquistar nenhum
prêmio do setor
no ano passado.
A explicação, diz a rede, foi a
análise de pontos como número
de unidades e faturamento. Em
educação e treinamento, nicho
formado por gigantes como Yázigi Internexus, Escolas Fisk, Wizard, Microlins e Instituto Kumon de Educação, a competição
fica especialmente acirrada. A
Fisk, por exemplo, foi eleita a
franquia do ano no Prêmio Destaque Franchising (ABF), em que
concorrem todos os segmentos.
No último selo da ABF, em que
não há concorrência -basta a rede ter boa nota para obter a chancela-, apenas 53 marcas tiveram
o interesse e a coragem de ser testadas. Dessas 41 receberam a certificação. Segundo a entidade, o
país tem cerca de 680 franquias.
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