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CÂMBIO
Para economistas, moeda deverá se estabilizar
Queda do dólar ainda não afeta exportação
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A atual trajetória de queda do
dólar divide a opinião dos especialistas no que diz respeito à saúde financeira do país. A maioria
deles, no entanto, acredita que as
exportações brasileiras, por enquanto, não estão ameaçadas. O
maior prejuízo acabou recaindo
sobre as pequenas empresas.
"Qualquer valorização do real
causa perda aos exportadores,
mas o patamar em que o dólar está hoje ainda é alto e permite uma
balança comercial [exportações
menos importações" compatível
com as metas governamentais],
afirma o professor Ernani Hickmann, da FGV Management.
"As pequenas empresas, no entanto, só entraram no mercado
internacional porque o dólar estava alto e deverão ser um pouco
afetadas. Por sorte, apenas uma
pequena parte das suas receitas
vem da exportação", diz.
"Essa queda tem de ser interpretada como correção de um
exagero. Os exportadores tiveram
ganhos extraordinários enquanto
o dólar estava muito alto e, agora,
vão voltar ao patamar normal de
negócios", afirma Paulo Levy,
coordenador do grupo de conjuntura do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Para ele, o quadro atual tende a
beneficiar as empresas endividadas em dólar, situadas principalmente nos setores de serviços, como telefonia e energia elétrica.
A maior contribuição da queda
do dólar, na opinião de Clarice
Messer, diretora do departamento de Economia e Pesquisa da
Fiesp, será a redução da volatilidade do câmbio. "Volatilidade gera incerteza, o que faz os empresários jogarem na "retranca.'" Para
ela, contudo, se a moeda se desvalorizar demais (abaixo dos R$ 3),
o quadro passa a ser pernicioso
para as grandes exportadoras.
Joseph Coury, presidente do
Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado, prevê que, se
não houver surpresas com o preço do petróleo, o câmbio deverá
se estabilizar em R$ 3,20, R$ 3,30,
o que causará "uma pressão por
redução de preços", levando à
queda dos juros básicos.
Abram Szajman, presidente da
Federação do Comércio do Estado de São Paulo, comemora. "Se
os juros básicos caírem para até
22%, estimamos crescimento de
3% no segundo semestre."
(RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO)
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