São Paulo, domingo, 13 de julho de 2003 |
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Acesso a dados via internet e realização de pregões ajudam pequeno empresário a virar fornecedor Licitação fica mais ágil e acessível
TATIANA DINIZ DA REPORTAGEM LOCAL Incluir o governo na carteira de clientes é uma opção cada vez mais concreta para empresas de pequeno e médio porte. E lançar mão dessa alternativa está se tornando mais fácil também. A instituição de modalidades simplificadas de licitação -como os pregões presenciais ou eletrônicos- reduziu a burocracia e estimulou a entrada das pequenas na concorrência pelo fornecimento de produtos e serviços. Além disso, inovações como a possibilidade de cadastramento via internet e a existência de sites informativos têm facilitado o acesso das firmas às licitações. Alimentos, medicamentos, material didático, soluções tecnológicas e até mesmo serviços de restauração para o patrimônio histórico. Nas esferas municipal, estadual e federal, as unidades administrativas adquirem de tudo. "O governo é um potencial comprador e acaba sendo o maior cliente que uma empresa pode ter. Mas é preciso aprender a vender para ele", comenta Wilson Trevisan, presidente do Clube do Empreendedor em São Paulo. Na verdade, apesar do potencial de consumo, há consideráveis diferenças entre vender para a administração pública e atender a um cliente comum. Estar em dia com tributos e provar habilitação financeira, jurídica e técnica para se tornar fornecedor são exigências feitas pela lei ao participante. "A burocracia ainda existe. É preciso apresentar várias certidões e mantê-las atualizadas. Mas as facilidades disponíveis na internet podem ajudar muito os empresários", afirma o advogado Airton Rocha Nóbrega, professor de licitações e contratos da FGV-DF (Fundação Getulio Vargas). Velocidade Para ter uma idéia de como os processos estão mais ágeis hoje, a Prefeitura de São Paulo -que gastou R$ 380 milhões em compras por licitação durante o ano passado- já disponibiliza todos os editais gratuitamente no site da Secretaria de Gestão Pública. "A mudança teve o objetivo de aumentar as ofertas", afirma André Luiz Cuoghi, 31, assistente técnico do departamento de gestão de suprimento da secretaria. Hoje a prefeitura conta com cerca de 400 empresas cadastradas como interessadas nas licitações. "Mas a oferta não se restringe apenas às inscritas. Qualquer empresário pode fazer sua proposta para um edital aberto", diz. Na esfera estadual, o governo do Estado de São Paulo lançou um portal exclusivamente voltado à realização dos pregões, com prazos para cadastramento e datas dos eventos. E o governo federal não ficou atrás: também adotou um portal de compras na rede. De acordo com dados do governo estadual de São Paulo, de janeiro a março de 2003 nenhum pregão foi realizado. Em abril, o número previsto foi inferior a cem sessões. Mas chegou a 200 em maio e saltou para 600 ao longo de junho e julho, meses com média de 200 sessões de compras. Próximo Texto: Pregão eletrônico arremata adeptos Índice |
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