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EMBALAGENS
Sacola plástica biodegradável, com vida de 18 meses, é um dos destaques da Brasilpack
Reciclagem está na mira do setor
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A principal atração da Brasilpack 2004, Feira Internacional de
Embalagens, encerrada sexta-feira, foi o ambiente: empresas apresentaram a evolução tecnológica
de materiais que não agridem a
natureza e, segundo os organizadores, 100% do que for produzido
durante a feira será reciclado.
É que foram montadas 15 linhas
de produção para demonstrar as
etapas da confecção de embalagens em diferentes materiais. Em
uma delas, foi manufaturada a sacola plástica biodegradável da
Antilhas, lançada em novembro
de 2003 para O Boticário e apontada como destaque do evento.
O material plástico recebe um
componente que acelera sua degradação e reduz seu tempo de vida para 18 meses. "Basta colocar
3% desse aditivo no plástico para
acelerar o processo", diz Carlos
Hugo Oliveira, 28, analista de desenvolvimento da Antilhas.
Cem anos seria o tempo de degradação do plástico convencional. Apesar da ação do componente, as propriedades do material não ficam comprometidas, e o
plástico continua sendo totalmente reciclável.
A tecnologia encarece em 20% o
produto final. Mas, de acordo
com Oliveira, apesar de o custo
ser maior, a empresa economiza a
longo prazo. "O material pode ser
reaproveitado várias vezes e em
um curto espaço de tempo."
A resina plástica presente em
frascos de xampu, hidratantes e
perfumes também sofreu modificações. A mistura de dois tipos de
resinas possibilita que o consumidor sinta a fragrância do produto
sem abrir a tampa: o odor ultrapassa a parede do frasco.
A questão ambiental preocupa
as empresas que utilizam o plástico duro. "A reciclagem ainda não
foi comercializada em larga escala", afirma o gerente de vendas da
Igaratiba, Gilson Bellucci, 38. Sem
o reaproveitamento dos frascos
comercializados, o setor usa resíduos, rebarbas e sobras, transformando-os em cabides e baldes.
Papel
Outro material que parece ter
ibope no mercado é o papel Reciclato, da Cia. Suzano de Papel e
Celulose. Em 2003, foram produzidas 5.120 toneladas. De acordo
com balanço da empresa, o papel
atingiu volume de vendas três vezes maior do que o de 2002. "É a
mistura de aparas com papéis ou
papelões recolhidos pelos catadores de rua", conta Marcelo Martinez, coordenador da linha.
Como não há a aplicação de alvejante para clareamento, o papel
apresenta cor e aspecto de reciclado. "Fica visível. E é justamente isso que as empresas que se preocupam com proteção ambiental
querem mostrar aos clientes",
afirma Oliveira, da Antilhas.
As empresas que produzem
embalagens de vidro podem reutilizar totalmente seus produtos,
pois o vidro é 100% reciclável. Segundo Fábio Mestriner,49, presidente da Abre (Associação Brasileira de Embalagens), em 2003 o
setor de vidros foi o que mais
cresceu devido às exportações.
A Abre prevê para este ano um
aumento de 2,5% na produção,
com faturamento em torno de
R$ 26 bilhões e a geração de 140
mil empregos diretos e indiretos.
(LARA SCHULZE)
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