|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VAREJO
Enquanto o comércio tradicional prevê estagnação, o e-commerce coleciona recordes no ano
Vendas on-line ultrapassam R$ 1 bi
PAULA LAGO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O cliente quer comprar sem sair
de casa. Ainda que o comércio
tradicional e o virtual tenham volumes de vendas muito distintos,
o varejo está numa fase de transição que se reflete em números.
De acordo com pesquisa feita
neste mês pelo Provar-FIA (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração) no comércio tradicional, 64,5% dos consumidores
paulistas disseram não ter intenção de adquirir nenhum bem durável ou semi-durável neste Natal.
O levantamento feito com relação
ao último trimestre do ano apontava que 55,4% dos entrevistados
não tinham intenção de compra.
No comércio virtual a história é
outra: o Provar estima um crescimento de 1,5% nesse período.
Dados da Camara-e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico) mostram que 2003 será um
ano de recordes para o e-commerce. Pela primeira vez, o faturamento anual do setor deve ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão.
Para dezembro, outro recorde é
aguardado: vender R$ 160 milhões, "o maior volume da história da internet no Brasil, motivado por uma série de fatores que
favorecem o crescimento do e-commerce", analisa Gastão Mattos, presidente da Camara-e.net.
Vantagens
Os fatores que promovem essa
situação vão do conforto de estar
em casa e não ter de enfrentar lojas lotadas à praticidade de comparar preços em diferentes sites
em questão de minutos, passando
pelo potencial do segmento.
"Temos atualmente 24 milhões
de brasileiros com acesso à internet, sendo que apenas 2,4 milhões
dizem já ter feito compra virtual.
É um número baixo, mas pode
provocar o crescimento do comércio eletrônico, independentemente da economia, pelos próximos três anos", afirma Mattos.
Os números animam, mas
manter-se no mundo virtual requer poder de fogo. O mercado
brasileiro tem cerca de 5.000 lojas,
e 80% do faturamento ficam nos
bolsos das 15 maiores empresas.
Investir em propaganda foi a arma usada pela Hard Division, loja
virtual de produtos de informática e eletrônicos há cinco anos no
mercado, os dois últimos com site
próprio. "Quando lançamos nosso site, chegamos a investir quase
80% do faturamento líquido em
propaganda. Num momento em
que só os grandes apareciam, nós
estávamos no meio, começamos a
ficar conhecidos", conta Leonardo Chiesi, 26, proprietário. "Para
crescer na internet tem de investir
em propaganda e em tecnologia."
O resultado desse investimento
foi credibilidade. "Muita gente
vem por indicação, é o internauta
quem faz o site site crescer. Hoje
empresas como a Unilever e a
Brahma são nossas clientes."
Raridade no e-commerce, a
Hard Division só aceita pagamentos à vista. No mercado geral, 80%
das compras virtuais são pagas
com cartão de crédito, diz Marcelo Leite, diretor de e-business da
Mastercard. "Fazemos parcerias
com varejo on-line e não só com
grandes empresas. Um exemplo é
nossa ferramenta de comparação
de preços, que traz as pequenas ao
lado das grandes."
Segurança continua pesando.
"No começo foi difícil, mas hoje o
cliente sabe que vai receber o produto e que pode pagar com cartão. O e-commerce amadureceu",
analisa Luis Paulo Netto, 43, diretor da E-Vita, loja virtual de nutrição esportiva. Tanto que a Visa
vai lançar um dispositivo de segurança que impede a clonagem de
cartões em compras on-line.
"O Brasil hoje tem penetração
grande no comércio eletrônico,
muito por causa do sistema de
home banking altamente desenvolvido", observa Luiz Antonio
Lourenço de Almeida, vice-presidente de negócios da Visa.
Texto Anterior: Bons resultados incentivam retorno Próximo Texto: Página na web custa a partir de R$ 9 mensais Índice
|