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"LAN houses", espécie de fliperamas do século 21, são opção para investir em entretenimento
Casas de games em rede viram febre
RENATO ESSENFELDER
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O nome é complicado: "LAN
house". Escrevendo por extenso,
parece ainda mais assustador:
"Local Area Network house" (redes locais de computadores).
Superado o temor inicial, contudo, vê-se que o princípio desse
novo negócio em crescimento
no país é muito simples.
Basta ligar algumas dezenas de
computadores em rede, disponibilizar vários jogos da moda e cobrar pelo aluguel das máquinas.
Essas são as "LAN houses", conceito importado da Coréia do Sul
para o Brasil há quatro anos. São
lojas que reúnem de 20 a 60 computadores, usualmente, nas quais
os clientes pagam em média R$ 3
por hora para se divertirem no
papel de policiais, terroristas,
deuses, monstros e uma infinidade de outros personagens típicos
dos jogos eletrônicos.
Fliperama
É como um "fliperama hi-tech",
mas os empresários do setor não
gostam da comparação. Isso porque a imagem dos fliperamas está
muito deteriorada, geralmente
associada a lugares escuros, nos
quais se consomem cigarros ou
bebidas. Nas "LAN houses",
acontece o contrário.
O ambiente é clean: paredes
brancas, chão sempre limpo, desodorizador de ar funcionando o
tempo todo. Fumar ou consumir
álcool é proibido. A idéia é integrar os jogadores, que formam
equipes para disputar uns contra
os outros em partidas que reúnem em média 20 pessoas. A cada
etapa vencida, os usuários gritam
e comemoram animadamente.
Capital inicial
O investimento no negócio de
"LAN houses" gira em torno de
R$ 200 mil para abrir uma loja padrão, com 30 computadores, cerca de dez títulos de jogos e uma
área para lanches rápidos.
Uma unidade nessas condições
fatura cerca de R$ 20 mil mensais
(com despesas fixas girando em
torno de R$ 14 mil). O retorno do
investimento está previsto para
um prazo de 18 a 32 meses.
Segundo estimativas dos empresários do setor -já que não há
nenhuma entidade oficial reunindo proprietários de LANs-, há
no Brasil de 400 a 500 casas do tipo. Na Coréia do Sul, são 26 mil.
Em vista disso, os investidores
afirmam que o mercado nacional
ainda deve crescer até abrigar pelo menos 2.000 lojas antes de se
estabilizar. "Ainda é um investimento da China", diz o gerente de
comunicação da rede Monkey,
Leonardo De Biase.
"O negócio é bom, mas o período de maturação do mercado já
começou", declara o gerente de
marketing da Just4fun (rede de
LANs que faz licenciamento da
marca), Othon Barcellos.
Analistas dizem que é preciso
cuidado nesses empreendimentos relacionados a uma febre de
momento.
Futebol
Como a maioria dos frequentadores de LANs é de classe alta ou
média, geralmente os jogadores
têm computadores em casa. Mais
do que isso, possuem os mesmos
jogos que as lojas oferecem. Mesmo assim, não deixam de frequentar as LANs -pagando por
hora de aluguel das máquinas.
A razão, para Barcellos, é simples. Ele compara a atividade dos
seus clientes com uma partida de
futebol. "É muito parecido. O importante não é ter a bola, mas encontrar os amigos."
Para incentivar o clima de companheirismo, a maioria das casas
de São Paulo oferece opções para
a realização de festas fechadas.
Nessas ocasiões, o interessado pode dispor da loja por um período
médio de quatro horas.
Just4fun: www.just4fun.com.br;
Monkey: www.monkey.com.br.
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