São Paulo, domingo, 16 de maio de 2004


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FINANÇAS

Março registra calote mais alto desde 1997; conheça equipamentos que ajudam na prevenção

Ano bate recordes de inadimplência

Jefferson Coppola/Folha Imagem
Na Pacific Music, além de verificar se há restrição de crédito, equipe observa atitudes do cliente


DA REDAÇÃO

Vender, mas não receber, continua sendo o pesadelo do varejo. Pesquisa da Telecheque, do segmento de verificação e garantia de cheques, aponta que a inadimplência de abril foi de 2,60%, ou 24,5% maior que a do mesmo período do ano passado.
Mas não é só a quantidade de cheques devolvidos que tem aumentado. Um outro levantamento, feito pela CheckOK (verificação eletrônica de crédito), mostra o tamanho do prejuízo e aponta um calote recorde no que diz respeito aos meses de março: R$ 6 bilhões, o maior valor des- de 1997, ano em que o levantamento começou a ser feito.
Historicamente, março é tido como o mês de maior taxa de inadimplência, "resultado da soma do aumento de impostos cobrados no início do ano com cheques pré-datados das compras do Natal", diz Gustavo Pedreira, analista financeiro da ABM Consulting.
De acordo com Pedreira, março deste ano também teve mais cheques devolvidos do que a média mensal de cada ano desde 1997. "Foram 10,8 milhões de devoluções por saldo insuficiente."
Para Helio Aisen, 34, dono da Pacific Music, ter problemas com cheque é uma constante no varejo. "Mas aprendemos a lidar com isso. Fazemos consulta à Serasa e temos macetes para saber se o cheque vai ser compensado: quando o cliente chega muito rápido e não quer parcelar a compra em três vezes, sendo a primeira no cartão de débito, desconfiamos."
A lógica, segundo explica, é que golpistas querem passar logo o cheque, em geral não sabem a senha do cartão do banco (nem mesmo têm o cartão), não querem gastar mais de uma folha no mesmo lugar e desconversam quando o caixa pede documentos. "Se você é honesto, não vai recusar-se a passar informações."

Prevenção
Em vez de tomar uma decisão radical e deixar de aceitar cheque, o melhor é prevenir a inadimplência. Há várias opções para isso. Desenvolvido pela Patrimon (www.patrimon.com.br), o Doc Check (de R$ 390 a R$ 450) identifica fraude em cheque, documentos, cartões e até vales-refeição. "A informação é imediata", diz Cláudio Borges, 36, sócio-fundador.
Já o equipamento da Housecheque (www.housecheque.com.br) identifica cheques fraudados ao custo de R$ 400 a R$ 1.600. "Ele faz leitura magnética e, se o comerciante for roubado, basta registrar a ocorrência e compensar eletronicamente", diz Leonardo Xambre, diretor de produto.
A CheckOk (www.checkok.com.br) tem terminais de leitura (R$ 40 mensais a locação), impressoras de cheque (cerca de R$ 1.400) e sistema automático por telefone (R$ 15 mensais). Já na Telecheque (www.telecheque.com.br), além da verificação na base de dados, o varejista pode ser ressarcido de um cheque sem fundos emitido por um "novo inadimplente" (ainda não incluso no cadastro). (PAULA LAGO)


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