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São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003


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CENTRAIS DO BRASIL

Com 8% do varejo no país, associações de empresários devem chegar à fatia dos 20% em cinco anos

Central soma forças e se multiplica

BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Daqui a cinco anos cerca de 20% do mercado de varejo brasileiro estará nas mãos de centrais de negócios -grupos de empresas independentes que atuam no mesmo ramo e se unem para superar dificuldades, incrementar oportunidades e gerar benefícios.
A previsão é do Instituto de Pesquisas e Estudos da Distribuição e Varejo, que fez levantamento sobre a presença e a evolução das centrais no varejo do país. Também foram estudadas as formas de expansão e as fases de maturação desse modelo -que servem como base para a estimativa.
Partindo das 163 centrais identificadas no início do ano, responsáveis por cerca de 11 mil pontos-de-venda e aproximadamente 125 mil empregados, a entidade diz acreditar que o país saltará para 400 centrais, com 32 mil pontos e 392 mil empregados, até 2008.
A participação do modelo no mercado varejista seria 288% maior do que os atuais 7,2%.
A explicação para o crescimento do formato está na infinidade de possibilidades de negócio resultante da união de forças. Bem mais do que simples centrais de compras (associações de empresários que se unem para comprar em maior volume e, com isso, obter vantagens de preço com fornecedores), as centrais de negócios permitem ações conjuntas de marketing, criação de sistema de vendas pela internet, unificação de departamentos (como o jurídico) e até mesmo a formatação de lojas e atendimento, deixando as unidades com cara de franquias.
No caso da Dentais Coligadas, central de lojas que vendem produtos para dentistas, a união possibilitou a impressão e a distribuição de 1.600 agendas próprias para marcação de consultas. "Seria impossível fazer sozinho", conta Mauro Mendes de Souza, 43, dono de uma das lojas associadas.

Evolução
A pesquisa não informa em que estágio de evolução estão as centrais identificadas, mas existe consenso entre consultores e empresários de que o país estaria apenas começando a explorar as possibilidades do modelo.
A maioria nasce no velho formato de central de compras, explicam especialistas. Com o tempo, descobre novas opções de negócio. A maturidade plena seria atingida com sistemas de previsão, logística e pagamento compartilhados, além de integração tecnológica.
"Enxergar somente as compras é miopia. As atividades atingem altos níveis de sofisticação", afirma o consultor Marcos Gouvêa de Souza, coordenador do estudo. Mas permanece o fundamento do associativismo: juntos, os empresários seriam mais fortes.
No varejo, foram encontradas centrais nos ramos de supermercados, papelarias, farmácias, padarias, materiais de construção, móveis e autopeças. O instituto de pesquisas pretende analisar agora as centrais no setor de serviços.



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