|
Próximo Texto | Índice
CENTRAIS DO BRASIL
Com 8% do varejo no país, associações de empresários devem chegar à fatia dos 20% em cinco anos
Central soma forças e se multiplica
BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Daqui a cinco anos cerca de 20%
do mercado de varejo brasileiro
estará nas mãos de centrais de negócios -grupos de empresas independentes que atuam no mesmo ramo e se unem para superar
dificuldades, incrementar oportunidades e gerar benefícios.
A previsão é do Instituto de Pesquisas e Estudos da Distribuição e
Varejo, que fez levantamento sobre a presença e a evolução das
centrais no varejo do país. Também foram estudadas as formas
de expansão e as fases de maturação desse modelo -que servem
como base para a estimativa.
Partindo das 163 centrais identificadas no início do ano, responsáveis por cerca de 11 mil pontos-de-venda e aproximadamente 125
mil empregados, a entidade diz
acreditar que o país saltará para
400 centrais, com 32 mil pontos e
392 mil empregados, até 2008.
A participação do modelo no
mercado varejista seria 288%
maior do que os atuais 7,2%.
A explicação para o crescimento
do formato está na infinidade de
possibilidades de negócio resultante da união de forças. Bem
mais do que simples centrais de
compras (associações de empresários que se unem para comprar
em maior volume e, com isso, obter vantagens de preço com fornecedores), as centrais de negócios
permitem ações conjuntas de
marketing, criação de sistema de
vendas pela internet, unificação
de departamentos (como o jurídico) e até mesmo a formatação de
lojas e atendimento, deixando as
unidades com cara de franquias.
No caso da Dentais Coligadas,
central de lojas que vendem produtos para dentistas, a união possibilitou a impressão e a distribuição de 1.600 agendas próprias para marcação de consultas. "Seria
impossível fazer sozinho", conta
Mauro Mendes de Souza, 43, dono de uma das lojas associadas.
Evolução
A pesquisa não informa em que
estágio de evolução estão as centrais identificadas, mas existe
consenso entre consultores e empresários de que o país estaria
apenas começando a explorar as
possibilidades do modelo.
A maioria nasce no velho formato de central de compras, explicam especialistas. Com o tempo, descobre novas opções de negócio. A maturidade plena seria
atingida com sistemas de previsão, logística e pagamento compartilhados, além de integração
tecnológica.
"Enxergar somente as compras
é miopia. As atividades atingem
altos níveis de sofisticação", afirma o consultor Marcos Gouvêa
de Souza, coordenador do estudo.
Mas permanece o fundamento do
associativismo: juntos, os empresários seriam mais fortes.
No varejo, foram encontradas
centrais nos ramos de supermercados, papelarias, farmácias, padarias, materiais de construção,
móveis e autopeças. O instituto de
pesquisas pretende analisar agora
as centrais no setor de serviços.
Próximo Texto: União aumenta crédito de lojas Índice
|