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FEIRA
Empresas de menor porte se organizam em estandes coletivos para participar do evento e atrair atenção
Micro e pequenos crescem na Francal
ROSANGELA DE MOURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Para reduzir os custos e aumentar a exposição na Francal, feira
do setor de calçados que terminou na sexta-feira em São Paulo,
micros e pequenos empresários
se reuniram em estandes de pólos
calçadistas de regiões, como, por
exemplo, o "aglomerado" de
Franca, Jaú e Birigüi.
""Vários pequenos saíram de
empresas grandes e montaram fábricas enxutas. Eles ficam um ou
dois anos em estandes coletivos e
depois criam identidade própria",
diz Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal.
Ele comenta ainda que, em geral, o Sebrae (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e as prefeituras apóiam financeiramente esses empreendedores para participarem da feira.
Segundo a organização, 2004
foi a edição da Francal que reuniu
o maior número de pequenos:
dos 850 expositores, 280 eram
de menor porte (32,9%). Na feira
do ano passado, a proporção foi
menor: eram 200 dos 800 (25%).
O Brasil é o terceiro maior fabricante de calçados do mundo,
atrás apenas da China e da Índia, e
exporta para 120 países. A expectativa para o segundo semestre é
exportar 58% mais em relação ao
mesmo período do ano passado.
Moda
O que estava em discussão no
evento eram as tendências para a
próxima coleção primavera-verão. E consultores de moda e fabricantes de sapatos concordam
em relação aos próximos "hits".
Estarão em alta os produtos naturais de couro atanado (curtido
em um produto vegetal), que dá
um aspecto natural de lavado ao
calçado, as solas de borracha e os
modelos "assandaliados" -sandálias fechadas na ponta com tiras
finas. Chinelos e escarpins terão
estampas florais, strass e cristal.
Mocassins, sapatos com fôrmas
compridas e tênis que fizeram
moda na década de 70 serão reeditados para a coleção masculina.
Além de ditarem tendências, os
expositores também mostraram
preocupação em desenvolver tecnologia. A Opananken, de Franca
(SP), apresentou a Diabetic's Line, para portadores de diabetes. O
diferencial dos modelos está no
fato de não terem ponto de atrito
e de serem confeccionados com
couro de ovelha no cabedal.
A marca Quest, da Sândalo, irá
lançar a linha Hydra Yoga, de sandálias masculinas. A palmilha,
com desenho anatômico, foi criada para automassagear os pés
durante as caminhadas.
A Donadelli, também de Franca, criou calçados com formas
mais alongadas, bicos finos e viras
estreitas. "Estamos apostando no
"casual office", que o homem usa
tanto para ir trabalhar como para
participar de um coquetel", afirma Jorgito Donadelli, diretor de
produtos da empresa.
Licenciamento
O licenciamento continua sendo uma das grandes apostas do
setor. Na feira, foram apresentadas várias linhas com estampas de
personagens da TV e do cinema.
Segundo o vice-presidente da
Abral (Associação Brasileira de
Licenciamento), Márcio Domingues, tanto a indústria de calçados
procura personagens para agregar diferencial ao seu produto como os agentes possuem um leque
de opções para oferecer aos fabricantes. ""O importante é usar o
personagem certo para o público
que a indústria quer atrair."
A Dupé, por exemplo, fechou
um contrato de licenciamento
com clubes de futebol e criou a coleção Supertime, com chinelos de
borracha que usam nas palmilhas
e no solado as cores oficiais do time e, na tira, o brasão.
""Estimamos vender 800 mil pares ainda neste ano, o que representa 2,5% do volume total da
empresa", explica João Luiz Prestes Oliveira, gerente nacional de
vendas da empresa.
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