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FRANQUIAS
Quantidade de opções no setor de franquias bateu recorde, segundo a ABF
País já conta com 580 redes em operação
DA REPORTAGEM LOCAL
O franchising brasileiro vem
experimentando uma expansão
contínua. Entre 2000 e 2001, o faturamento do setor cresceu 7%,
passando a casa dos R$ 20 bilhões.
No mesmo período, o número
de redes em operação saltou de
469 para 580, o maior já observado no país, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising).
Os dados são resultado de uma
estimativa baseada em amostragem realizada pela ABF em parceria com o Instituto Franchising.
O estudo mostra ainda que, até
o final do ano passado, 44.179 unidades estavam em operação, entre franquias e próprias, 13% a
mais que as atuantes em 2000.
"O segmento de franquias está
atravessando um momento de
aquecimento. A expectativa é a de
que o número de negócios continue aumentando durante o ano",
afirma Anette Trompeter, 38, diretora-executiva da ABF.
Entre os recordistas de crescimento, estão os segmentos de
acessórios pessoais, veículos, esporte, saúde e beleza e alimentação.
O faturamento proveniente da
venda de acessórios pessoais, por
exemplo, alcançou a cifra de R$
411 milhões no ano passado. Em
2000, os rendimentos do setor ficaram em R$ 250 milhões. O crescimento registrado foi de 64%.
Para Paulo Ancona, 52, consultor da Vecchi & Ancona Consulting, especializada em estratégias
e formatação de negócios, a expansão reflete um pouco a cultura
atual de valorização da estética.
"Estamos vivendo um período
em que as pessoas realmente investem no marketing pessoal. Há
um dinheiro reservado para a
aparência", diz o especialista.
Franqueado da rede O Boticário
desde 1981 e proprietário de oito
lojas na capital paulista, Sérgio
Nogueira, 48, concorda, mas diz
que marcas consolidadas representam melhores oportunidades.
"O mercado de beleza está bom
para quem opera com marcas de
excelência. Produtos pouco conhecidos não têm encontrado as
mesmas facilidades", afirma.
Queda
Mesmo com o saldo total positivo, houve segmentos que sofreram retração no período.
Foi o caso do ramo de construção, material e serviços e do de
hotelaria e turismo. No primeiro,
o faturamento diminuiu 29%,
embora cinco novas redes tenham entrado no mercado. O total de unidades em funcionamento caiu de 204 para 115, ou seja,
44% das lojas foram fechadas.
Um dos fatores determinantes
para a redução, segundo a ABF,
teria sido o encerramento das
operações da Central de Pinturas
Renner, uma das principais franqueadoras de construção, que
saiu do mercado em 2001.
Já o segmento de hotelaria e turismo, que chegou a crescer 63%
entre 1993 e 1999 -conforme dados do último censo de franchising-, encerrou 2001 com faturamento 22% inferior ao observado em 2000. Apesar da queda nos
rendimentos, o setor cresceu em
número de redes em operação (de
7 para 9) e de unidades em funcionamento (de 186 para 312).
"A quantidade de unidades hoteleiras aumentou, mas todo
mundo ganhou menos. O fato está parcialmente relacionado aos
episódios que marcaram 2001, como o atentado de 11 de setembro.
Outro fator é a ausência de infra-estrutura capaz de atrair uma
clientela de peso. O turismo brasileiro ainda é caro e pouco acessível", observa Paulo Ancona.
(TATIANA DINIZ)
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