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São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2003


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92% das firmas com mais de 500 funcionários têm projetos sociais, contra 69% das com menos de cem

Grandes ainda são mais engajadas

Fernando Moraes/Folha Imagem
Mulheres da comunidade local trabalham em oficina profissionalizante da Fundação Alphaville


DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de a responsabilidade social ter virado febre no país neste ano, as grandes empresas ainda são as que, disparado, estão mais antenadas com a tendência. De acordo com estudo da Fiesp, 92% das empresas com mais de 500 funcionários realizam ações sociais com a comunidade. O número fica em 87% das firmas com até 499 empregados e em 69% das com menos de cem pessoas.
"A grande empresa já assimilou a cultura, enquanto a pequena vai fazendo o que está ao seu alcance. Mas a média é a que mais reluta em aderir", analisa Lilian Mammana, da consultoria Concebe.
Para ela, apesar de o ano ter começado repleto de "ótimas intenções", a economia difícil fez com que vários empreendedores de médio porte adiassem projetos. "Muita gente fechou 2003 apenas brigando para contornar a crise."
Entre as grandes, além dos motivos de "dar exemplo" e de "contribuir para a mudança social", alguns projetos nasceram para atender a finalidades específicas.
É o caso das ações promovidas pela Fundação Alphaville, da construtora de mesmo nome, que ergue condomínios de luxo na periferia de grandes centros urbanos. Com uma série de atividades desenvolvidas com as comunidades locais das áreas em que os complexos imobiliários são construídos, a instituição tenta contornar o abismo social existente entre nativos e novos moradores.
"Percebemos que os condomínios poderiam gerar trabalho para a população que os rodeia, mas não havia mão-de-obra qualificada. Começamos a capacitar com cursos técnicos e profissionalizantes", conta Mônica Picaeva, 29, coordenadora da fundação.
No Estado de São Paulo, o projeto já acontece no município de Barueri e chegará a Campinas em 2004, ajudando a arrefecer a resistência de ambas as partes. "Os compradores dos imóveis se envolvem e passam a conhecer a população local, deixando de temê-la. E também os nativos deixam de percebê-los como intrusos. Tornam-se vizinhos com interesses comuns", descreve Picaeva.

Custo zero
Se as grandes têm mais estrutura e continuam na ponta, nada impede que as pequenas lancem seus projetos de responsabilidade social, muitos a custo zero.
A Ibmec Júnior Consulting, empresa júnior da escola de negócios Ibmec Educacional, por exemplo, presta um serviço gratuito de consultoria a organizações não-governamentais que é realizado com parte do dinheiro arrecadado pelos calouros nas campanhas de trote, além de oferecer a própria infra-estrutura da faculdade.
"Ensinamos as ONGs a elaborar seus planos de negócios, área em que ainda são muito despreparadas. Fazemos pelo menos um projeto por semestre", diz Rodrigo Duarte, 21, diretor de projetos sociais da empresa júnior. (TD)


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