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MERCADO
Nicho para instrutores individuais se expande e invade áreas como gastronomia, moda e canto
"Personal tudo" conquista adeptos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Há cerca de cinco anos, o mercado de personal trainers se limitava à área de educação física. O
termo era sinônimo de professores exclusivos de ginástica que tinham por principal objetivo deixar o cliente em boa forma.
Hoje, os instrutores personalizados não se limitam mais às academias: invadiram cozinhas,
guarda-roupas e salões de festas
para diversificar os negócios.
O público-alvo também mudou: de atletas, artistas e executivos para "pessoas comuns", especialmente das classes A e B.
"A contratação do personal não
é mais uma mordomia. Já é vista
como uma espécie de investimento pessoal", afirma o professor de
administração esportiva da Uniban Vladimir Fernandes, 44.
O preço desse investimento pessoal pode variar muito, pois não
há parâmetros. "O mercado ainda
está se adaptando a essa área",
completa Fernandes.
Lucro
Quem investe na prestação de
serviços personalizados deve saber de antemão que não há um piso salarial a receber nem valores
específicos por aula. O próprio
profissional deve determinar o
valor do serviço prestado.
Fatores que devem ser levados
em conta na precificação do atendimento são o tipo de trabalho a
ser desenvolvido, o local de ensino, o horário acertado e a quantidade de aulas contratadas. Além
disso, deve-se calcular o custo das
visitas (distâncias a serem percorridas). Uma hora/aula pode ser
cobrada a partir de R$ 15.
O professor de swásthya yôga
Fábio Euksuzian, 28, que dá aulas
personalizadas há cinco anos,
afirma que é difícil se manter apenas com o trabalho particular. "O
ideal é ter um serviço fixo e ser
personal para complementar a
renda." Ele explica que o trabalho
de personal é muito instável.
"Tem épocas em que trabalho
com dez alunos e, no outro mês,
fico com apenas um", conta.
O valor de uma hora/aula de ioga varia de R$ 80 a R$ 100, se for
ministrada na casa do aluno.
"Mas, se vier até a minha escola, o
preço cai para R$ 60", afirma.
Custo-benefício
No caso de um curso de "mídia
training", que ensina como a pessoa deve se relacionar com a imprensa, as aulas personalizadas
com duas horas e meia podem
chegar a R$ 4.000. "É um investimento na carreira. Ensinamos
desde como se portar diante das
câmeras a como atender a imprensa em uma coletiva", explica
a jornalista e instrutora Jussara
Tatsch. O curso é voltado para políticos, empresários e autoridades.
Mais eclético, o personal de canto Marcos José Buzolim Coghi, 42,
trabalha com dez alunos exclusivos e diz que o custo-benefício é
compensador para ambas as partes. "As aulas individuais rendem
mais, e o resultado do trabalho
aparece rapidamente. Isso é um
estímulo para o aluno e um aperfeiçoamento para mim."
Coghi, além de dar aulas como
personal, é coordenador na escola
Tom Maior. "Ganho cerca de R$
2.000 com os personalizados, mas
mantenho meu posto na escola.
Tento levar as duas coisas."
A chefe de cozinha Glenys Silvestre tem outra prática: não faz
propaganda e dá aulas personalizadas só quando é solicitada.
"Não posso priorizar as aulas particulares por causa do bufê [em
que já trabalha], mas estou sempre agendando interessados."
Segundo Silvestre, as aulas ministradas para grupos são mais
vantajosas do que as privativas.
(LARA SCHULZE)
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