São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004 |
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Preço é empecilho para uso de biodiesel
DA ENVIADA ESPECIAL A CUIABÁ Nesse cenário em que as inovações tecnológicas prometem engrenar usos cada vez mais arrojados para matérias-primas, uma nova "corrida do ouro" concentra a atenção de pesquisadores e de empreendedores. Trata-se da produção do biodiesel, óleo de origem vegetal com praticamente as mesmas propriedades do diesel fóssil, que pretende conquistar consumidores nesse mercado. Na prática, entretanto, ainda há obstáculos a serem superados. A inexistência de adaptação nos motores de automóveis é a primeira delas. Some-se a isso o custo do produto, que ainda não consegue ser inferior ao do seu "primo" mais popular, tornando-o menos atrativo para o mercado. "O preço ainda é o maior problema", admite Giovani Kostetzer, gerente industrial da mato-grossense Ecomat, que aposta no filão em seu Estado. A empresa diz já ter condições de fornecer combustível vegetal feito a partir de espécies oleaginosas, como girassol e dendê. "Várias outras plantas podem ser usadas." O empreendedor compartilha da crença de que o Brasil tem potencial para se tornar líder exportador da inovação. "Há muitas vantagens embutidas. A possibilidade de fomentar a inclusão da agricultura familiar é uma delas." E emenda: "Outro atrativo óbvio é possibilitar a redução no volume de poluentes lançados no ar pelos automóveis". As origens da pesquisa sobre combustíveis alternativos no país remontam às crises na exploração do petróleo que marcaram a década de 70. Uma das medidas do governo brasileiro foi a criação do Programa Nacional do Álcool (PNA), o Proálcool, em 1975, que pretendia também impulsionar a produção de cana-de-açúcar. A primeira patente brasileira de biodiesel, o Probiodiesel, surgiu em Fortaleza, em 1980, a partir da utilização de diversos óleos vegetais. A adoção nacional do projeto não vingou, mas continua na pauta de pesquisas. Dez anos após esse lançamento por aqui, a Europa iniciou seu processo de industrialização de óleos vegetais, e, atualmente, a França é quem lidera a produção mundial. (TD) Texto Anterior: Inovação impulsiona produtos "verdes" Próximo Texto: Selva tecnológica: Genética diversifica floresta nativa Índice |
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