São Paulo, domingo, 24 de julho de 2011


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Consultorias não resolvem problemas

Especialistas ajudam a identificar dificuldades, sem trazer solução

CAMILA MENDONÇA
DE SÃO PAULO

Hugo Russel, 28, não pensou duas vezes antes de contratar uma consultoria para ajudar sua empresa de logística a captar clientes. Três encontros resultaram em R$ 3.000 a menos no caixa ""o equivalente a 10% do faturamento mensal"" e um relatório que o empresário não entendeu. "Recebi o documento, e eles [consultores] sumiram", conta Russel.
Esperar das consultorias a solução dos problemas é comum entre empresários. "Contratam na expectativa de melhora no desempenho", afirma a gerente Jaqueline Almeida, do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). "Só recorrem [ao serviço] quando já tentaram de tudo", diz Dariane Castanheira, professora da FIA (Fundação Instituto de Administração).
A solução, contudo, pode ser ilusão. "A consultoria apenas ajuda a identificar o problema", completa David Kállas, professor do Insper.
Para vencer obstáculos comerciais de sua empresa de plataformas vibratórias, Alexandre Giraldi, 32, contratou consultoria em março. "Parece que [o resultado] vem após os 15 meses de contrato."

RESULTADOS
A dificuldade de gerenciar o caixa é uma das razões que levam empresários a recorrer à ajuda externa. Especialistas ouvidos pela Folha dizem que consultorias financeira, de gestão, de RH e de marketing são as mais procuradas.
Sérgio Nunes, diretor do Departamento de Micro e Pequenas Empresas do Ministério do Desenvolvimento, alerta que toda consultoria prevê um diagnóstico, que deve constar em relatório.
Quando bem escolhido, o serviço pode gerar resultado. O número de clientes do site de compra coletiva de Débora Giagóia, 26, por exemplo, subiu 150% em três meses.
A agência de comunicação de Ricardo Ruas, 33, cresceu 175% em três anos. "A consultoria ajudou até no trato com o cliente", comemora.


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