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ESPECIAL
Franchising cresce 12% em receita
Luciana Cavalcanti/ Folha Imagem
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Regina Marques, que abrirá farmácia para diabéticos, busca lustre especificado pelo franqueador |
BRUNO LIMA
EDSON VALENTE
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O faturamento do segmento de
franchising brasileiro cresceu 12%
no ano passado e chegou a R$ 28
bilhões, com 650 redes de franquias -90% nacionais- e cerca
de 56 mil unidades franqueadas.
Os dados são de pesquisa anual
do setor feita pelo Instituto Franchising e pela ABF (Associação
Brasileira de Franchising), que
promoverá em São Paulo entre os
dias 4 e 7 de junho a ABF Franchising Expo 2003, o maior evento
do mercado de franquias no país.
"Ficamos surpresos com esse
desempenho, pois o ano passado
foi difícil para a economia", diz a
diretora-executiva da ABF, Anette Trompeter. De acordo com ela,
como o crescimento do número
de unidades foi de 10%, e o do faturamento, de 12%, a pesquisa indica que também houve aumento
da receita individual das unidades. "É um bom sinal", afirma.
A pesquisa revela que as franquias de esporte, saúde e beleza
ultrapassaram as de alimentação
e são hoje as que mais faturam no
país -tiveram receita de R$ 3,8
bilhões em 2002-, desconsiderando a categoria "Negócios e serviços", que reúne franquias que
não se encaixam em um dos outros 12 segmentos do setor.
Até 2001, o setor de alimentação
era o que mais faturava no país.
Em 2002, mesmo com aumento
de 9% em receita, perdeu o posto
para a categoria "Esporte, saúde e
beleza", que cresceu 16%.
Não houve diminuição de receita em nenhum segmento, de acordo com a pesquisa, mas categorias como "Hotelaria e turismo" e
"Informática" perderam unidades franqueadas. "Hotelaria e turismo" teve o menor crescimento
de receita (2%) e a maior perda de
unidades franqueadas -foi de
312 para 184 (redução de 41%).
O presidente do Instituto Franchising, Marcelo Cherto, diz que a
retração em alguns segmentos é
momentânea. "Há opções em todas as áreas. É preciso analisar a
oportunidade específica", afirma.
Baile
Mesmo com a indicação dos
segmentos que mais crescem e
mesmo se as redes derem descontos durante a ABF Franchising
Expo, segundo consultores, feira
não é lugar para fechar negócios.
"Se você vai a um baile e conhece uma moça, não a pede em casamento na hora, por mais bonita
que ela seja. A feira é como um
grande baile", compara Cherto.
A principal recomendação aos
indecisos é visitar o evento com
tempo e paciência. "É um garimpo. O estande mais bonito nem
sempre é o mais profissional",
afirma a consultora Ana Vecchi,
da Vecchi & Ancona. "Os que estão na feira não são necessariamente os melhores", avalia.
Ela diz que esperar é um bom
modo de saber se a rede tem estrutura para ser franqueadora.
"Veja quanto tempo eles levam
para entrar em contato. Se demorarem, é porque geraram demanda maior do que podem atender."
Na feira, muitas das redes podem não estar preparadas para
vender. "Os franqueadores expõem mais para iniciar relacionamentos. A vantagem da feira é
reunir várias oportunidades em
um só ambiente", diz André Giglio, da Francap Franchising.
Sem garantia
Os consultores ressaltam também que estar na exposição não
significa ter selo de garantia da
ABF. Participar da feira como expositor, dizem eles, é só uma das
opções que uma rede tem para
buscar novos franqueados.
A feira ocorre há 12 anos, normalmente em junho. Em geral, as
redes confirmam presença em
março -desta vez, quase todo o
espaço estava vendido em outubro de 2002. Com isso, os organizadores ampliaram a área de
11.000 m2 para 14.000 m2. "É sinal
de que há expectativa de que o
mercado continue em crescimento", afirma Trompeter.
O publicitário Wagner Ferrari,
45, que deixou o emprego no início do ano, planeja visitar o evento. Já entrou em contato com
franquias de alimentação, cosméticos, vestuário, postos de gasolina, livrarias, informática e lavanderias, mas não decidiu o destino
de suas economias. "Acho que fiz
tudo ao contrário. Liguei para várias redes de franquias sem saber
que tipo de negócio eu quero."
Além de buscar informações na
feira, ele procurou uma consultoria. "Só tenho uma bala na agulha.
Não posso errar o alvo", afirma.
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