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ESPECIAL
Risco menor é o atrativo do sistema
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Para entrar no mercado com
uma marca conhecida e, pelo menos em tese, ter menos riscos, é
preciso muito mais dedicação do
que pode parecer. O preço pago
pelo título de franqueado não se
resume à taxa de franquia: deve-se estar disposto a trabalhar diretamente no negócio e a obedecer à
cartilha do franqueador.
"O drama de ser franqueado é
saber liderar e ser liderado ao
mesmo tempo", afirma Alain
Guettá, da consultoria Guettá
Franchising. "Abrindo seu próprio negócio, você é dono do seu
nariz. Na franquia, o investimento pode ser maior e há muitas regras. É o preço de partir de um outro patamar", ensina o consultor
do Sebrae-SP (Serviço de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas de
São Paulo) João Abdalla Neto.
Segundo os consultores, não
existe propriamente uma vocação
para ser franqueado, mas é preciso ter perfil empreendedor e gostar da atividade escolhida. "A vocação é para vender roupas, lidar
com postos de gasolina, ensinar
inglês", exemplifica Guettá.
Modismo
Ter espírito de equipe, vontade
de trabalhar e saber compartilhar
experiências e decisões são características valorizadas pelas redes
na seleção de franqueados. "É incorreta a idéia de que você compra uma franquia e pode trabalhar oito horas por dia. O franqueado não é um simples investidor", diz o professor de empreendedorismo da FGV-Eaesp (Escola
de Administração de Empresas
de São Paulo da Fundação Getulio
Vargas) Tales Andreassi.
O consultor André Nudelman,
da Addexo, ressalta que, mesmo
escolhendo o que gosta, o empresário deve ter cabeça fria para distinguir o que é promissor do que é
modismo. "Com franquias novas
o cuidado deve ser redobrado."
Uma dica é buscar quem tem lojas
próprias, o que pode indicar
maior domínio da atividade.
Estar no mercado há bastante
tempo, no entanto, também revela pouco sobre uma oportunidade
de negócio. "Não há necessidade
de o franqueador ser pioneiro no
ramo. Há negócios novos com estrutura e negócios consolidados
que não têm qualidade", adverte
Ana Vecchi, da Vecchi & Ancona.
Segundo a ABF, o Brasil é o terceiro país no mundo em número
de unidades franqueadas -perde
somente para os EUA e o Japão.
Para a diretora-executiva da
ABF, Anette Trompeter, a lei que
disciplina o franchising brasileiro
(lei nš 8.955/94) traz regras benéficas para o mercado como a obrigação de entregar ao franqueado
a Circular de Oferta de Franquia
(veja no quadro) pelo menos dez
dias antes do pagamento de taxas
ou da assinatura do contrato.
"Alguns dizem que a lei é dura,
mas ela é sábia. Franquia é parceria, é casamento. Não adianta dizer que não existem conflitos,
mas todos têm de estar conscientes de suas obrigações antes."
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