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Franqueador aplica "tolerância zero"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Não só franqueados acionam
suas redes na Justiça. Muitas vezes, o comportamento indevido
dos empresários motiva questionamentos jurídicos do franqueador em relação a seus afiliados.
Às vezes, os problemas continuam depois da extinção do contrato de franchising. Na rede de
lavagem a seco de automóveis
DryWash, uma crise foi desencadeada quando um ex-franqueado
e um ex-funcionário da rede abriram a firma Tropic Shield para fabricar fluidos de lavagem a seco,
vendidos aos franqueados da
DryWash por preços menores do
que os produtos do franqueador.
"Fomos ao Deic [Departamento
de Investigações sobre Crime Organizado] e fizemos uma representação, acusando-os de concorrência desleal", afirma a advogada
da rede DryWash, Claudia Lopes.
Os responsáveis foram pegos
em flagrante pela polícia, que
contou com a ajuda do franqueado Nivaldo Bregano na investigação. "Achei que valia a pena ser
honesto. Prejudicando a marca,
estaria prejudicando a todos."
Marcelo de Souza Macedo, um
dos sócios da Tropic Shield, foi
procurado pela Folha, mas preferiu não comentar o assunto.
Os franqueados que compraram o produto supostamente clonado -cerca de 5% da rede, que
tem 120 parceiros- terão os contratos com a DryWash rescindidos, segundo o sócio-proprietário
da empresa, Lito Rodriguez.
"Estamos investindo para formar a segunda geração de franqueados e não vamos admitir esse
tipo de situação. Adotamos agora
a "tolerância zero': burlou qualquer regra, é descredenciado."
Outros casos
Na Stella Barros, o problema foi
a falência da rede, que deixou 27
franqueados à deriva. Ronaldo
Joffe, dono de uma delas, resolveu, junto com o sócio, Nelson
Cabral, mudar de bandeira. Escolheu a Tia Augusta, que tem uma
linha similar à da Stella Barros. "O
difícil foi explicar aos clientes que
as franquias não faliram junto
com o franqueador", conta Joffe.
Segundo ele, nos primeiros 15
dias, a loja ficou vazia. "Só depois
que mudamos o layout e enviamos uma carta para os clientes explicando a situação é que o movimento se normalizou", conta.
Os outros ex-franqueados da
Stella Barros ou abriram loja com
bandeira própria ou adotaram a
marca X-Virtual, rede on-line que
comercializa produtos turísticos.
Na Amor aos Pedaços, a razão
de um impasse de relacionamento pode ter sido apenas um mal-entendido. Em 2001, a rede optou
por aromatizar as lojas com sachês aquecidos. Mas o aparelho
que fazia o trabalho dava muitos
problemas para a manutenção.
A rede orientou as lojas a abandonar a idéia, mas algumas não
quiseram parar. Outras resolveram usar fragrâncias frias, o que
desagradou à franqueadora.
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