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Cuidados com logomarca, fachada, uniformes e outros itens estimulam clientes e funcionários
Design faz negócio aparecer e crescer
RENATO ESSENFELDER
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Cadeira, computador, mesas e
funcionários toda empresa tem,
em maior ou menor número.
Então, qual é o grande diferencial que compõe a "cara" de uma
companhia, capaz de consolidar sua imagem como conservadora, moderna, jovial, arrojada,
confiável ou inovadora?
Uma das respostas possíveis é
uma mistura de cores e formas,
decoração e funcionalidade: o
design. Tido por muitos como um
luxo, o planejamento estético
de uma empresa pode se revelar
uma importante ferramenta para
impulsionar os negócios.
Especialmente em tempos de
crise, quando preocupações cotidianas como fechamento de
balanços, pagamento de tributos,
13º salário, alta dos juros e outras
ocupam a mente dos empresários, a necessidade de delinear
uma identidade corporativa (padronização de logomarcas, folderes, uniformes e envelopes de mala-direta, por exemplo) costuma
ser relegada a segundo plano.
Para o professor de administração da comunicação com o mercado da FGV-Eaesp (Escola de Administração de Empresas de
São Paulo da Fundação Getúlio
Vargas), Antônio Jesus Cosenza,
menosprezar o design é um erro.
"A rigor, a preocupação com a
imagem corporativa deveria anteceder todas as outras. Os primeiros aspectos em que o cliente repara são o ambiente da companhia e a apresentação dos produtos. É o maior cartão de visitas."
Diferenciação
O trabalho de arquitetos e designers empresariais é traduzir visualmente o "espírito" da companhia. Isso pode ser feito com mudança de fachada, projeção de
banners, reforma na planta arquitetônica ou mesmo com o estilo
de crachás dos funcionários.
A confusão com publicidade é
comum. "A questão do design é
estrutural, não pontual. Nós fazemos o posicionamento de uma
marca, o desenho, verificamos se
está ajustada à filosofia do negócio e se atinge os clientes. Não fazemos divulgação na mídia", explica o diretor da B&MT Design
Competitivo, Angelo Beigin.
"Construímos ou ajudamos a
preservar marcas. Isso agrega valor à empresa", completa a designer Bethe Barbosa, especializada
no segmento empresarial.
Luxo
Segundo Barbosa, o empresariado brasileiro vê o design como
um "luxo". "De certa forma isso é
animador, porque temos ainda
98% do mercado a desbravar."
Outro aspecto salientado por ela
é que a maioria dos seus clientes
são grandes companhias. "As
pequenas precisam enxergar que,
se é bom para as grandes, é melhor para elas. Quanto menos dinheiro se tem para gastar, melhor
devemos aplicá-lo", diz.
Os profissionais da área cobram, em média, um valor aproximado de 15% a 20% do faturamento mensal da companhia
contratante para elaborar uma
identidade corporativa.
Planejamento
O empresário Pedro Paulo Machado, sócio do restaurante Sagrada Mistura, no Rio de Janeiro,
é uma exceção entre seus colegas.
Um ano antes de inaugurar o local, ele já estava preocupado com
a "cara" do novo negócio.
"A primeira coisa que o cliente
vê é a marca, depois o visual, a comida, e, por último, o preço",
brinca. Embora não cite cifras,
Machado diz que o dinheiro gasto
no planejamento estético "economizou improvisações".
Ele diz que o movimento da casa, inaugurada há dois meses, é
30% superior ao esperado, e estima que o retorno do investimento
virá em "dois ou três anos".
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