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Consultores recomendam cautela na hora de adquirir negócio já pronto; comprador precisa "bancar o detetive"
Comprar ponto comercial é lance arriscado
RENATO ESSENFELDER
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Se você algum dia pensou em se
tornar empresário comprando
um negócio já pronto, é melhor
pensar duas vezes. A operação parece o jeito mais fácil de virar patrão, mas na verdade exige uma
boa dose de trabalho de investigação para evitar decepções futuras.
Anúncios de jornal, imobiliárias
especializadas e até mesmo placas
de rua trazem milhares de ofertas
diferentes. São academias, lojas
de roupas, lanchonetes, padarias,
bancas de jornal, bares e outros
negócios disponíveis para venda
por preços que podem variar
de R$ 10 mil a R$ 1 milhão.
Embora pareça à primeira vista
fácil, a aquisição de uma empresa
demanda atenção para vários detalhes práticos e burocráticos.
"Se o empresário planeja mal,
não tem capacitação gestora ou
talento para a coisa, pode perder a
economia de toda uma vida",
alerta o consultor de orientação
empresarial do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas), Gilberto Rose.
Prós e contras
Entre comprar pronto e criar
um negócio do zero, cada opção
tem pontos positivos e pontos negativos. "O bom de comprar um
ponto já existente é que há um fluxo de clientes que estavam acostumados a frequentar o local, a reforma da infra-estrutura é mais
barata do que a instalação, e a logística de fornecedores está pronta", pondera Makoto Yokoo, gerente da Endeavor, ONG de apoio
a empreendedores.
Por outro lado, quem optar por
criar o próprio ponto terá mais liberdade na hora de planejar as
instalações, poderá atrair mais
clientes usando como chamariz o
conceito de "novidade" na vizinhança e não sofrerá com dívidas
ou problemas de imagem de um
negócio comprado.
Mas antes de fechar negócio, o
ato de comprar uma empresa exige verificação minuciosa de certidões negativas de débitos e de dívidas com fornecedores.
Também é preciso ter cuidado
com vendedores mal-intencionados, que podem "maquiar" os documentos e impulsionar artificialmente o faturamento. Para evitar
isso, uma dica é passar 30 dias
dentro da companhia visada,
atrás do balcão, verificando a movimentação real e registrando o
nível de satisfação dos clientes.
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