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CAPA
Comprador deve "bancar o detetive", estudar a documentação e os aspectos práticos do negócio
Burocracia exige atenção redobrada
FREE-LANCE PARA A FOLHA
IPTU, TLIF, Dipam, Rais, Serasa. Se você não tem familiaridade
com essas e outras siglas administrativas, certamente irá precisar
de ajuda especializada (advogados, auditores, corretores) na hora de adquirir um negócio pronto.
Os procedimentos burocráticos
recomendados para quem quer
minimizar o risco de ter más surpresas após adquirir uma empresa são complexos.
É preciso checar cada documento exaustivamente, requisitar
certidões negativas de débitos nos
órgãos fazendários do município,
Estado e União, verificar livros
contábeis e dívidas com fornecedores.
Investigação
Não basta ao comprador cercar-se de dezenas de papéis, achando
que são toda a garantia necessária. Vendedores mal-intencionados podem "maquiar" os documentos e impulsionar artificialmente o faturamento.
Cabe também ao interessado
"pôr as mãos na massa", visitar a
vizinhança do ponto comercial,
entrevistar moradores, fornecedores, concorrentes -enfim, angariar o maior número possível
de informações sobre o negócio
que está prestes a adquirir.
Outra recomendação é passar
30 dias dentro da companhia visada, atrás do balcão, verificando
a movimentação real e registrando o nível de satisfação dos clientes. Novamente, há armadilhas:
preste atenção para saber se o fluxo de clientes não é artificial, de
amigos e parentes do vendedor.
"Também é possível reter uma
parte do pagamento -cerca de
20%- por um período acordado.
O dinheiro é entregue depois de o
negócio mostrar-se saudável",
aconselha o presidente do Instituto Franchising, Marcelo Cherto.
Localização
Osvaldo Prior, 44, passou por
duas experiências antagônicas na
aquisição de um ponto comercial
instalado. Na primeira, fracassou.
Há cerca de três anos ele se juntou
a um sócio para comprar um bar
falido e montar outro no lugar.
Durou apenas dez meses.
Não houve dificuldades com dívidas "herdadas" ou antigos credores. As dificuldades vieram da
falta de planejamento.
"Foram problemas de administração e de má localização. [O
bar" ficava em uma esquina, era
pouco visível, não havia investimento em promoção e as obras
custaram mais do que o previsto."
Com a experiência adquirida,
Prior inaugurou outro bar, o
Praia de Assados. Sua primeira
providência foi desvincular a imagem do negócio anterior da imagem do novo. "Antes era um lugar
escuro. Agora é iluminado, voltado para comida assada", declara.
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