São Paulo, domingo, 30 de março de 2003 |
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Negócio "secundário" montado dentro de empresa chega a superar atividade principal no lucro Serviço "acoplado" adiciona atrativos
ANA PAULA DE OLIVEIRA FREE-LANCE PARA A FOLHA Loja de conveniência em posto de gasolina. Esse é o lugar-comum quando se pensa na combinação de um negócio alternativo com uma empresa já firmada. Mas a lista de atividades conjugadas tem ido mais longe: restaurante em depósito de demolição, cafeteria em revendedora de acessórios automotivos, cabeleireiro com lava-rápido e por aí vai. Mesmo nos postos de combustíveis há hoje novos atrativos "acoplados", como butique e loja de presentes. A iniciativa representa mais do que apenas promover lucro alternativo no final do mês. Especialistas -e as próprias empresas- atestam que a fidelização do consumidor e o constante fluxo de clientes são os principais ganhos. Quando o administrador José Ribamar Gonçalves dos Santos, 50, resolveu montar uma cafeteria dentro de sua loja de som e acessórios para automóveis (a Tecnovel), não pensava em criar um atrativo a mais aos consumidores -o que teoricamente é a essência desse tipo de negócio conjugado. "Estava com espaço ocioso e queria minimizar o aluguel da loja, que é de R$ 5.000 mensais", confessa. "Daí resolvi abrir uma lanchonete e alugá-la, o que rende hoje R$ 500 todo mês", conta. "Agora sei que é o diferencial para me destacar da concorrência." De caso pensado Diferentemente de Santos, foi pensando em oferecer um atrativo a mais que a administradora de empresas Celi Lobo, 40, montou uma loja de cosméticos dentro de seu salão de beleza, há dez anos. Porém o negócio "secundário" cresceu. A Nossa Loja Cosméticos, criada para ser uma fonte de renda alternativa, prosperou e supera hoje em receita o salão de beleza (chega a uma média bruta de R$ 100 mil mensais). Ela não sabe dizer quanto lucra com o salão. Hoje com 11 lojas em sistema de licenciamento -todas com salão de beleza e venda de cosméticos-, a administradora conta que o segredo do sucesso é manter gestões diferentes para os dois negócios. Para atrair clientes da loja de cosméticos para o salão de beleza, são constantes as promoções. "Sempre tentamos conjugar a venda de produtos com o cabeleireiro. Um serviço leva ao outro." Para especialistas do mercado, é exatamente essa a filosofia para combinar serviços, nem sempre relacionados à mesma área. Levando essa linha de raciocínio ao pé da letra, o depósito de demolição O Velhão engloba hoje um complexo comercial que inclui restaurante, serviços de restauração de antiguidades e marcenaria, loja de arte e butique. No início, há cerca de 20 anos, o local era exclusivamente um depósito de materiais de demolição. A proprietária, Iracema Rodrigues Arcanjo dos Santos, 59, e o marido, já falecido, resolveram construir um restaurante para os funcionários. "O sucesso foi tão grande que os clientes do depósito vinham na hora do almoço apenas para 'filar a bóia'", brinca. Foi quando os dois viram no ramo da alimentação um potencial de crescimento e daí para o complexo comercial -de 50 mil m² e fluxo de consumidores que chega a 1.500 pessoas nos finais de semana- foi um pulo. "Isso aqui cresceu muito rápido, tanto que não consigo controlar a receita bruta, apenas o que sobra." Próximo Texto: 1ª geração: Pioneiros, postos de gasolina hoje têm até butique Índice |
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