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Seria cômico se não fosse...
Anunciou-se na quinta-feira a
decisão do laboratório americano Merck Sharp & Dohme de reduzir os preços de dois medicamentos para Aids distribuídos
gratuitamente pelo governo no
Brasil. São o efavirenz e o indinavir.
A notícia, dada pelo ministro
José Serra (Saúde), é evidentemente boa. Resolve, até segunda
ordem, uma polêmica de muito
tempo e abre importantes precedentes. Mas o seu registro pela
imprensa, na sexta-feira, é o que
merece ser comentado aqui.
Ao menos três dos principais
jornais do país trouxeram dados
que em quase nada batiam uns
com os outros.
Concentre-se e veja só:
Folha: a unidade do efavirenz
passou de US$ 2,32 a US$ 0,84; a
unidade do indinavir caiu de
US$ 1,62 para US$ 0,47.
"O Globo": o preço da caixa do
indinavir caiu de US$ 1,33 para
US$ 0,47; o da caixa de 200 mg
de efivarenz foi de US$ 2,05 para
US$ 0,84.
"O Estado de S.Paulo": a cápsula de 400 mg de indinavir caiu
de US$ 1,337 para US$ 0,47; cada
comprimido de 200 mg de efavirenz vai de US$ 2,05 para US$
0,84.
Fala-se em "unidade", em
"caixa", em "cápsula". Como assinalei em crítica interna na sexta: "que confusão!".
De quem é a culpa? Dos jornalistas? Do ministro e/ou de sua
assessoria? Nisso tudo, como fica
o leitor?
Em tempo: os preços noticiados pela Folha são os certos. As
"unidades" são cápsulas e/ou
comprimidos.
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