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Opa!
Dada a fragilidade dos argumentos da réplica do último domingo de Paulo Daniel Farah à
coluna do dia 17, em que critiquei a entrevista com Iasser Arafat, pensei de início em dispensar
a tréplica. Porém, o perigoso eixo
de seu texto -que nada tem a
ver com um debate jornalístico- me fez mudar de idéia.
Pois Farah me acusa de "discriminação".
Ora, discriminação contra
quem? Contra Arafat, cujas declarações nem sequer comentei?
Contra Farah, cujo nome só
mencionei para elogiar a conquista da entrevista, tendo atribuído ao jornal como um todo a
responsabilidade pela má condução editorial? Contra os palestinos, cuja causa nem discuti?
Ou será contra o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, já
que sugeri que o jornal fosse severo com ele -o que não foi com
Arafat- caso venha a entrevistá-lo?
Farah se deixou contaminar
pelo tom emocional de algumas
das cartas de leitores publicadas
no jornal (e aí me penitencio: se
o tivesse convidado a expor seu
lado na própria coluna, talvez isso não teria se dado).
Confundiu uma discussão de
técnica jornalística com outra
(inexistente no meu texto) de
mérito sobre o conflito israelo-palestino.
Essa deformação soa ainda
mais descabida diante do fato de
que este ombudsman há mais de
vinte anos defende, inclusive em
entrevistas, o reconhecimento de
um Estado palestino, considerando a constituição de uma
confederação israelo-palestina a
única solução para o conflito.
Ao contrário do que Farah dá
a entender, não senti qualquer
"incômodo" com as declarações
de Arafat. Apenas, como afirmei,
com o fato de o jornal desperdiçar a oportunidade de ouvir criticamente -o que não implica
"agressividade verbal", aqui estamos de acordo- uma personalidade tão importante.
Só uma leitura distorcida pôde
ver na coluna desrespeito à diferença ou discriminação. Devagar com o andor.
O mesmo problema
O princípio de atuação jornalística discutido aqui é tão presente, que no mesmo dia em que
saía a coluna, a Folha publicava
entrevista com Luiz Inácio Lula
da Silva com exatamente o mesmo problema: só perguntas para
"levantar a bola". Exemplos:
"Em que o PT hoje é diferente
das campanhas de 1989, 1994 e
1998? O que será preciso mudar
para vencer?", "Qual a cara do
PT que vai disputar as eleições
em 2002?", "Você pode dar três
razões para o eleitor votar no
PT?"
Em contraponto, recomendo
reler as entrevistas de José Serra
(21/6) e Ciro Gomes (24/6). Obras
antológicas? Não. Mas ao menos
questionam raciocínios dos entrevistados -é o mínimo que
um bom pingue-pongue requer.
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de um ano, renovável por mais dois. Ele não pode ser demitido durante o exercício do cargo e tem estabilidade
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